Vídeo desmente acusação de Sarney contra repórter de ÉPOCA

MOSTRE A FITA, SENADOR!

Dias atrás, publicamos um texto de Augusto Nunes: “
O patriarca em seu crepúsculo mostra a face repulsiva do Brasil”, em que o colunista desafiou Sarney a mostrar a fita que, segundo o senador, foi levada por um jornalista que invadiu o escritório de um parceiro de negócios, capturou documentos particulares que estavam sobre a mesa e saiu em disparada. A resposta chegou.


MATÉRIA DA ÉPOCA
O vídeo em que Andrei Meireles entrevista Jeovane de Morais e Argeu Ramos, ligados ao caso da fazenda Pericumã de Sarney, prova que o jornalista não pegou qualquer documento à força.

Na semana passada, ao subir à tribuna, o presidente do Senado, José Sarney, se disse "vítima de uma campanha sistemática e agressiva" da mídia. Na parte final de seu discurso, Sarney descreveu a visita de "um jornalista credenciado no Senado" ao escritório do empresário Jeovane de Morais, com quem ele se envolveu numa transação imobiliária. Sarney descreveu a cena com estas palavras: "Chega agredindo, dizendo 'o senhor é laranja do Sarney, confesse!' e rouba os papéis que estavam em cima da mesa dele e sai correndo". Em seguida, brandindo um estojo plástico com um DVD em seu interior, Sarney fez um gesto dramático: "Isto está gravado aqui. A cena foi filmada e não deixa dúvida".

O repórter que fez a entrevista é Andrei Meireles, que desde 2002 trabalha em ÉPOCA. Andrei esteve no escritório de Jeovane em 30 de julho, em busca de informações sobre a Fazenda Pericumã, uma sociedade entre ele, Sem avisar o repórter, Jeovane montou uma câmera de vídeo para registrar os diálogos e movimentos ocorridos durante o encontro. ÉPOCA obteve o vídeo. Nas imagens e diálogos não há roubo, não há correria, não há fuga nem afirmações abusivas nem grosseiras. Há apenas o esforço de um repórter que tenta esclarecer uma compra mal explicada.

Em determinado momento, Jeovane toma a iniciativa de entregar a Andrei vários papéis. Há uma pasta preta, papéis soltos sobre a mesa e um relatório encadernado. À vista de todos, Andrei folheia os documentos e examina detidamente esse relatório. Nem Jeovane nem os demais dizem que ele não poderia levá-lo. O diálogo prossegue, até que Andrei se levanta. Depois de vestir o paletó e colocar o celular no bolso, Andrei pega o relatório encadernado, à vista de todos os presentes, e se dirige à porta. Jeovane vai com ele. Argeu Ramos, ao telefone, assiste a tudo.
Revista Época

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