Entreguem "Mel", pedem hondurenhos em Miami

Hondurenhos organizados em Miami solicitaram ao consulado do Brasil daquele país, que entreguem Manuel Zelaya para que ele seja julgado pelos seus crimes pendentes em Honduras. Na foto: embaixada brasileira em Tegucigalpa

"Pedimos ao governo brasileiro que entregue o ex-presidente Zelaya para que ele cumpra por seus crimes cometidos contra a Constituição e contra os direitos do povo hondurenho", disse o comunicado enviado à embaixada brasileira, pela Americas Democracy Watch e pela Organização para a Democracia hondurenha Francisco Morazán.

Ambas as organizações advertiram que "se não devolverem (Manuel Zelaya) à justiça, que pedirão ao Governo de Honduras para quemande retirar todo grupo diplomático do Brasil, por ajudar na violação da Constituição e das leis do país".

A declaração foi lida e entregue ao cônsul em Miami, onde desde as 11 hs da manhã até as 14hs, dezenas de hondurenhos, cubanos, equatorianos, nicaragüenses, venezuelanos, bolivianos, peruanos e colombianos participaram, “condenando energicamente o presidente Luis Ignácio Lula, por emprestar o edifício da embaixada do Brasil em Honduras para dar refúgio a Zelaya, afirmou Francisco Portillo, líder da organização.

Ele também responsabilizou o presidente Ignácio Lula Da Silva “por permitir que o ex presidente Zelaya, à partir da embaixada brasileira se prepare para criar uma guerra civil e derramamento de sangue em nosso querido e humilde país”, afirmou o texto.

"Nós dizemos SIM a Honduras e NÃO ao socialismo do século XXI", ao rejeitar a "ingerência de outros países nos problemas internos" de Honduras, expressaram na manifestação.

"Respeitem a liberdade e a democracia em Honduras, devolvam Zelaya para que ele pague por seus crimes cometidos”, reiteraram.

Manuel Zelaya se refugiou na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa desde ontem, segunda-feira, depois de chegar de surpresa ao país, evitando bloqueios policiais ante os mandados de prisão pendentes por crimes diversos, incluindo o de traição à pátria.

O governo Micheletti descartou invadir a embaixada brasileira e deter Zelaya. "Não se pode, existem convenções e nós respeitamos a sede diplomática", declarou a vicechanceler, Martha Alvarado. El Heraldo.


DELIQUÊNCIA E DEPREDAÇÃO: CERCA DE 150 DETIDOS
Enquanto o deposto presidente Manuel Zelaya encontra-se na embaixada brasileira, cerca de 150 pessoas foram presas hoje em Tegucigalpa, na sequência dos tumultos.

Comissário de Polícia David Molina disse aos jornalistas que cerca de cem pessoas foram presas. Os incidentes ocorreram em torno da embaixada no Brasil, onde desde segunda-feira o ex presidente Zelaya está hospedado, juntamente com vários membros da família.

Os manifestantes quebraram janelas das empresas junto à embaixada, danificando veículos particulares estacionados nas ruas de colônias de Palmira e Guanacaste, perfurando seus pneus e quebrando os vidros, e até mesmo seqüestrando e incendiando uma patrulha da polícia. Moradores da área ficaram indignados pela ação dos seguidores de Zelaya, acusando-os de desrespeito por danificar propriedade privada.

Na embaixada brasileira permanecem Zelaya e também alguns seguidores envolvidos no movimento de resistência que exige seu retorno ao poder.

Molina disse que os detidos permanecem em um estádio de beisebol na Vila Olímpica, no extremo leste da capital hondurenha. Ele disse que os promotores dos direitos humanos de instituições privadas e representantes da Cruz Vermelha são testemunhas de que os detidos estão sendo respeitados.

"Não é verdade que estão sendo torturados", enfatizou Molina em resposta às alegações dos adeptos Zelaya no sentido de que os detidos estão sendo maltratados.

Em alguns bairros próximos à área onde a embaixada está localizada no Brasil, a polícia dispersou uma manifestação.

A agitação de hoje deixou dezenas de veículos com pneus furados e vidros quebrados. Houve danos também em casas particulares, restaurantes fast food e outras lojas e edifícios, enquanto que um veículo da polícia foi incendiado. Editores e agentes –
La Prensa

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