Exército na pindaíba

A decisão de reduzir o expediente dos quartéis de todo o país, que vão funcionar como o Congresso (da tarde de segunda-feira à manhã de sexta), por medida de economia, não foi uma manifestação de protesto do comandante da Força Terrestre, general Enzo Peri. Falta mesmo o rancho para a tropa.

Enquanto o presidente Lula negocia pessoalmente a compra dos caças franceses Rafale, completando o pacote bilionário da parceria militar com a França, o armamento convencional do Exército está sucateado. Não há sequer munição suficiente para os quase sexagenários fuzis FAL utilizados no adestramento. Por Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense


EXÉRCITO VAI ECONOMIZAR TAMBÉM EM ÁGUA E LUZ
Depois de faltar comida, Força vai reduzir expediente para enfrentar cortes no orçamento


O Exército informou ontem que as medidas emergenciais para conter despesas não ficarão restritas ao corte de refeições e à adoção do regime de meio-expediente às segundas-feiras. A ordem para economizar também inclui uma orientação a oficiais e praças para que reduzam gastos com água, energia elétrica e outros insumos nos 652 quartéis espalhados pelo país. A Força informou que o objetivo é enfrentar o contingenciamento de R$580 milhões em seu orçamento, mas não divulgou quanto espera economizar.

Segundo o Centro de Comunicação Social do Exército, a soma do orçamento para despesas correntes com os créditos concedidos pelo governo para 2009 chegava a R$1,8 bilhão. No entanto, a equipe econômica só liberou R$1,2 bilhão, mantendo em caixa R$580 milhões que deveriam cobrir as despesas cotidianas da Força.

Sobre os cortes, o comunicado do Exército diz que "foi a alternativa que atende em melhores condições às necessidades de manutenção administrativa e operacional das unidades". A Força não informou o número de homens afetados e o valor que estima economizar com os cortes na alimentação de recrutas.

Em entrevista à Rádio CBN, o chefe do Centro de Comunicação, general Adhemar da Costa Machado Filho, disse que os cortes causarão prejuízos às atividades dos militares.

- O Exército vai se esforçar, como tem feito, para manter seu padrão de empenho e operacionalidade. Mas, sem dúvida, há uma pequena perda, porque você perde aquele contrato das oito horas semanais. Não vamos aplicar essas medidas de contenção nos hospitais e no sistema de ensino do Exército, nos colégios e academias militares. Esses a gente tem que preservar nas melhores condições possíveis - disse.

O GLOBO teve acesso ao e-mail em que o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, determinou os cortes. Ele atribuiu o pacote de contenção à retenção dos recursos do orçamento: "Considerando a vigência do contingenciamento dos recursos orçamentários do Exército e suas consequências restritivas, informo à Força que (...) o expediente às segundas-feiras deverá iniciar-se às 13h e encerrar-se às 18h, sem refeições".

No texto, o general Enzo diz ainda que "a manutenção ou alteração deste regime de redução de expediente, se necessária, será informada oportunamente", e que "continua em vigor a determinação do regime de meio-expediente às sextas-feiras". As medidas começaram a valer ontem e vão vigorar até 30 de outubro. O Globo

Um comentário:

@MauroVS disse...

Que desleixo!

Mas é uma estratégia elementar, cortar a linha de suprimentos, subsistência.

Isso não sai no Blog do Planalto, nem no clone que na verdade é um anexo. Sim, o clone é um anexo.

Não se comenta isso lá no Anexo do Blog do Planalto, simplesmente deletam.