Kirchner faz megaoperação fiscal para intimidar o Clarín

A DISCÍPULA DE CHÁVEZ

Em uma operação inusual pela sua magnitude, 180 inspetores (na foto) da Receita e de outras agências invadiram hoje, por volta do meio-dia, a sede do diário argentino Clarín.

Qualificado como um gesto de “intimidação” pela empresa, um batalhão de 180 inspetores da AFIP foram enviados pelo Governo ao edifício onde funcionam as redações do Clarín, Olé e La Razón. Outros 50 foram para outras empresas do maior Grupo de comunicação da Argentina.

O Clarín tinha denunciado na sua edição de hoje, a existência de um subsídio irregular de mais de 10 milhões de pesos da ONCCA, organismo administrado por Ricardo Echegaray, também titular da Receita. A operação sem precedentes, pelo número de funcionários e pelo modo como foi realizada, se produziu horas depois do diário publicar essa notícia.

A operação acontece em um momento de máxima tensão entre o governo de Cristina Fernández e algumas empresas jornalísticas, em razão do polêmico projeto de lei dos meios de comunicação que, segundo a oposição e as organizações jornalísticas, poderá ser utilizado pelo Poder Executivo para controlar a imprensa. O Governo tem urgência em aprovar essa lei antes da reforma do atual Parlamento, no próximo 10 de dezembro, quando perderá a maioria absoluta.

Ricardo Kirschbaum, diretor do Clarín fez uma análise da situação: “Foi uma operação de intimidação. Neste edifício trabalham as redações dos três diários e ele foi completamente rodeado por 150 inspetores, algo absolutamente inusual”. Kirschbaum, explicou que o argumento usado pela Afip - que os fiscais foram entrevistar os empregados para verificar sua situação trabalhista [quando as autoridades dispõem dessa informação] é uma prova de que o objeto real da ação foi intimidar e ameaçar a liberdade de expressão.
Clarin

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