MST foi contratado para proteger Lula em Roraima

INCRA FAZ ACORDO COM MST PARA “EVITAR” PROTESTOS

Reportagem do Globo de hoje informa que o INCRA fez acordo ($$$) com o MST para “evitar” protestos durante a visita de Lula.

Ocorre, porém, que o protesto não é do MST - como sugere o título da reportagem - mas, sim, da sociedade civil que organizou o movimento chamado “Quem ama Defende” (de arrozeiros e população em geral). Portanto, só nos resta acreditar que o MST foi contratado para intimidar a população e impedir que ela se manifeste contra a presença do Lula. O MST se abancou em Roraima logo após a demarcação da Raposa, e agora presta serviços iguais aos dos campesinos de Morales e dos marginais de Zelaya. O MST foi contratado, ontem, para “evitar” que a população de Roraima se manifeste, hoje, contra aquele que feriu de morte o direito sagrado de brasileiros não-índios, expulsando-os de suas casas, de suas terras, de suas vidas e jogando centenas de trabalhadores na indigência. Como não bastasse tamanha afronta e desrespeito, o tiranete da Silva ainda quer que engulam sua presença no Estado para fazer campanha antecipada, sem direito a darem um pio. É bom ficarmos atentos hoje. Por Arthur/Gabriela


MANIFESTANTES ACAMPAM PERTO DO AEROPORTO
As mensagens de boas-vindas escritas nos outdoors próximos ao Aeroporto Internacional de Boa Vista não são os únicos textos que o Lula da Silva (PT) poderá ler, hoje, quando chegar ao Estado. No final da tarde de ontem, integrantes do movimento “Roraima: quem ama defende”, formado principalmente por arrozeiros retirados da reserva indígena Raposa Serra do Sol, mas que também conta com outros segmentos da sociedade, iniciavam o primeiro dos protestos que pretendem realizar na visita de Lula. Por Willame Souza

O local escolhido foi a praça localizada em frente à entrada principal da Universidade Federal de Roraima (UFRR), conhecida como “Praça da Pirâmide”.

Por volta das 17h30 de ontem, um grupo formado por cerca de 30 pessoas, dentre elas o deputado federal Márcio Junqueira (DEM) e o rizicultor Paulo César Quatiero, tentava hastear uma grande bandeira brasileira com um faixa preta ao lado, para demonstrar, conforme o parlamentar, que Roraima estaria de luto devido às últimas atitudes de Lula para com a unidade da federação.

Em um ônibus que trouxe alguns manifestantes, havia várias frases escritas. “Roraima, sim. Lula, Não”, “Somos Patriotas”, “Lula, traíra”, “Fora Lula”, “Roraima Resiste” e “Xô, Xô Lula” são algumas delas. A perspectiva era que todos dormissem em barracas, que começavam a ser montadas na praça, para aguardar a chegada do presidente.

Enquanto a bandeira era hasteada com a ajuda de um caminhão com alguns manifestantes, que utilizavam faixas pretas na cabeça, a Polícia Militar tentou, sem sucesso, até as 18h, retirar o veículo estacionado na rotatória, mas sem impedir o trânsito de automóveis pelo local.

Junqueira, aparentemente irritado com a tentativa de impedimento da manifestação, explicou que hoje haverá outros manifestos. Entretanto, não quis revelar quais. “Vamos ter vários momentos de manifestações. É uma série de eventos. Vamos ter mais. Estamos chegando ainda. Lógico que em nenhum momento iremos desrespeitar a investidura do cargo do presidente, mas vivemos num país democrático, onde a Constituição Federal assegura a livre manifestação”, afirmou o parlamentar.

Questionado se o único motivo da manifestação seria a homologação da Raposa Serra do Sol, o parlamentar disse não concordar com o posicionamento, de modo geral, de Lula em relação a Roraima, e a pretensão dos manifestos é externar esse sentimento de descontentamento.

Dentre as causas do acontecimento, o deputado citou, além da questão indígena, o bloqueio no trecho da BR-174, no distrito do Jundiá, localizado no Município de Rorainópolis; a declaração de que Lula iria asfaltar uma estrada na Guiana sem antes terminar de pavimentar as BR-319, que liga o Amazonas a Rondônia, e BR-210, no Sul de Roraima, e a estrada que liga Jundiá a Santa Maria do Boiaçu, também em Rorainópolis; a instalação de hidrelétrica na Guiana sem que a interiorização de Guri seja concluída; e a não criação do quadro em extinção dos funcionários do ex-Território.

Rizicultora afirma que movimento é uma forma de mostrar que classe ainda está viva

Dentre os principais participantes do movimento “Roraima: quem ama defende”, figuram os arrozeiros retirados da reserva indígena Raposa Serra do Sol, cuja homologação foi assinada em 2005, por Lula. Regina Silva, produtora de arroz retirada das terras indígenas e que se autodenomina como simpatizante do movimento, explica que a pretensão do manifesto é mostrar que os rizicultores não desistiram de lutar, pois, conforme ela, desde a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que validou a homologação da reserva, a única coisa cumprida pelo governo federal foi a remoção dos não-índios do local. “Não tivemos indenização de nossas terras e nem fomos assentados”, disse.

Quanto ao número total de manifestantes que deverá estar hoje para protestar contra o presidente Lula, a rizicultora prefere não informar, pois, segundo ela, Roraima é um Estado com a economia baseada no contracheque, o que impede a participação em massa da população neste tipo de manifestações. “Não estamos com expectativa de que vai dar um monte de gente, por isso prefiro não arriscar [mencionar a quantidade de pessoas esperadas para o evento]”, acrescentou.

Outros detalhes sobre o movimento também não foram adiantados, até porque Regina informa que não tem conhecimento de como o esquema de policiamento vai agir. “Vamos mostrar que estamos presentes, vivos, querendo lutar e trabalhar”.

Movimentos sociais preparam atos públicos favoráveis a Lula
O vice-presidente do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), Titonho Beserra, destacou que alguns movimentos têm procurado o diretório do partido para que possam se organizar em uma manifestação favorável à presença de Lula da Silva (PT).

Durante a inauguração da ponte do rio Tacutu, no Município do Bonfin, fronteira com a Guiana, como também no ato público no Parque Anauá, militantes do partido estarão presentes.

O Movimento dos Sem-Teto deve fazer mobilização de agradecimento ao presidente, assim como o Movimento de Agricultores de Roraima (Macro) e Central dos Assentados. “Vamos fazer participação em uma festa bonita. É um momento importante onde devemos permanecer unidos. É importante que o partido esteja presente”, destacou Beserra. Folha de Boa Vista


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