O Brasil ainda não saiu da crise

NO GOVERNO, DIA DE FESTA

O governo preparou uma superestrutura para alardear os resultados do PIB do segundo trimestre do ano, que vão decretar, hoje, o fim da recessão na qual o país mergulhou em outubro do ano passado, o momento mais agudo da crise mundial.

A ordem é difundir a visão de que o Brasil foi um dos primeiros países a reagir às turbulências. Na avaliação do Lula, a equipe econômica não pode dar espaço para a oposição. O fato de o PIB brasileiro vir com crescimento enquanto as principais economias do planeta continuam no limbo mostra, para o presidente, que o governo soube enfrentar todos os problemas acarretados pelo estouro da bolha imobiliária americana. Pelo que se comentava ontem no governo, entre abril e junho, o PIB cresceu cerca de 2% ante os primeiros três meses do ano. Correio Braziliense


"O BRASIL AINDA NÃO SAIU DA CRISE"
Apesar do fim da recessão, vice-presidente da ACSP, Roberto Macedo, lembra que o setor produtivo ainda opera bem abaixo do patamar pré-crise.

Roberto Macedo - O Brasil ainda não saiu da crise. O PIB cresceu no segundo trimestre, mas havia caído 0,8% nos três primeiros meses do ano e 3,6% no quarto trimestre do ano passado. Então o setor produtivo ainda opera bem abaixo do patamar pré-crise. Economistas criaram o consenso de que recessão é quando o PIB de um país cai por dois trimestres consecutivos. Por esse conceito, realmente saímos da recessão. Mas essa não é a melhor forma de enxergar a situação atual. A recessão causada por essa crise pode ser comparada à queda em um buraco. O Brasil chegou no fundo no primeiro trimestre e agora se encontra escalando esse buraco pelas beiradas. O país vai sair de lá em breve, mas isso ainda não aconteceu. Continue lendo os seguir os principais pontos da entrevista: "O Brasil ainda não saiu da crise"Portal Exame


Do Valor econômico - Cento e noventa e seis mil trabalhadores ainda não retomaram os empregos perdidos no mercado formal até julho, a indústria de automóveis produz cerca de 25 mil veículos a menos todos os meses, as concessões de empréstimos para as empresas estão 9% abaixo do registrado antes do agravamento da turbulência e 10,5 mil contêineres deixam de ser movimentados mensalmente no porto de Santos.



BRASIL ENTRE OS LÍDERES EM TRABALHO INFANTIL E FORÇADO
Um relatório do Departamento do Trabalho dos EUA, divulgado ontem, diz que o Brasil está entre os seis países do mundo com maior índice de trabalho infantil e trabalho escravo. E cita uma lista de 122 produtos fabricados em 58 países com esses tipos de trabalho.

A Índia é apontada como o país com o maior número de itens - entre os quais bolas de futebol e roupas - produzidos por crianças ou escravos. Mianmar aparece como o número um em produção com mão de obra escrava.

Segundo o levantamento, Brasil, Bangladesh, China e Filipinas estão entre os seis países com mais produtos fabricados por crianças ou por trabalho forçado. São 13 produtos brasileiros que contariam com esse tipo de mão de obra, entre eles, tijolos, cerâmica, carvão, algodão e sapatos.

"O objetivo é lançar luz [sobre a questão] para que mais iniciativas possam ser adotadas para atacar esses problemas", disse Sandra Polaski, vice-subsecretária de Assuntos Internacionais do Departamento de Trabalho. "No nosso país, pensamos que esses são problemas no Século XIX, mas são do Século XXI." É a primeira vez que Departamento do Trabalho associa produtos específicos a trabalho irregular pelo mundo. O estudo foi feito a pedido do Congresso. Não está claro se pode vir a gerar retaliações comerciais dos EUA. Valor Econômico -
veja aqui o estudo completo.

Nenhum comentário: