Sarney: mídia não representa o povo

Reabilitado por sua tropa de choque, depois de 11 denúncias, no Conselho de Ética, sobre suspeita de corrupção, nepotismo, tráfico de influência e má gestão na presidência do Senado, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), voltou a criticar ontem a imprensa, dizendo que os parlamentares, e não a mídia, são os verdadeiros representantes do povo. Ele foi o destaque entre os senadores que discursaram na sessão solene em homenagem ao Dia Internacional da Democracia.

Justamente no dia em que o Tribunal de Justiça do DF afastou do caso o desembargador que censurou “O Estado de S.Paulo”, na ação impetrada pelo seu filho Fernando Sarney, no caso da Operação Faktor (antiga Boi Barrica), Sarney disse que a mídia se transformou em inimiga das instituições representativas da sociedade. Por Maria Lima

— A tecnologia levou os instrumentos de comunicação a tal nível que, hoje, a grande discussão que se trava é esta: quem representa o povo? Diz a mídia: somos nós; e dizemos nós, representantes do povo: somos nós. É por essa contradição que existe hoje que, de certo modo, a mídia passou a ser uma inimiga das instituições representativas — discursou Sarney.

Para Sarney, nos próximos anos, é preciso atualizar o Parlamento, o sistema partidário e o sistema de governo. Sem citar os mais de 500 atos secretos para contratar aliados, aumentar gratificações e outros benefícios, Sarney disse que ele e seus colegas de Parlamento são alvo de críticas justamente porque agem às claras: — No nosso modelo de Estado, a grande diferença entre os três poderes é que, enquanto os poderes Executivo e Judiciário tomam decisões solitárias, o Legislativo o faz às claras.

Sobre o desgaste do Senado, Sarney afirmou que, mesmo o pior Parlamento, é melhor que Parlamento nenhum. O Globo


SECRETÁRIO DA FAMÍLIA SARNEY VAI PARA A DIRETORIA GERAL DA CASA
Secretário particular da família Sarney, o servidor público Amaury de Jesus Machado, conhecido por Secreta, foi transferido no início deste mês para um posto na Diretoria Geral do Senado.

Até então, ele tinha função comissionada no gabinete de Mauro Fecury (PMDB-MA), que assumiu a vaga de Roseana Sarney (PMDB) depois que ela foi empossada governadora do Maranhão.

A função comissionada dá direito a adicional salarial de R$ 1.300. A transferência de Secreta para a Diretoria Geral foi revelada pelo jornal "O Globo". A Diretoria Geral informou ontem que Secreta foi deslocado para a Secretaria de Patrimônio.

À tarde, o diretor do órgão, Luciano Freitas, disse por intermédio de sua secretária que o servidor não trabalha no local. À noite, Secreta atendeu ao telefone e disse que dá expediente no local. "Eu sempre trabalhei no Congresso Nacional e vou processar quem disse o contrário", afirmou. Em junho deste ano, "O Estado de S.Paulo" publicou reportagem mostrando que Secreta -com salário de R$ 12 mil pagos pelo Senado- atuava como mordomo de Roseana em sua residência em Brasília. Folha de S. Paulo

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