
Quase 70% das estradas do país têm problemas de pavimentação, sinalização ou traçado, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Transporte. O pior trecho de asfalto foi apontado na BR-262, em MG. A melhor da lista é a SP-070 (Carvalho Pinto), que liga São Paulo a Taubaté.
Apesar de o órgão avaliar que os dados são preocupantes, houve uma pequena melhora em relação à última pesquisa, feita em 2007. Naquele ano, o índice de vias com problemas foi de 74%. Dados são preocupantes, diz a Confederação Nacional do Transporte; já o governo considerou os resultados "muito positivos" – Por Larissa Guimarães
Estradas esburacadas, sem sinalização, acostamento e com curvas malfeitas e perigosas. Quase 70% das rodovias brasileiras estão em estado regular, ruim ou péssimo - segundo a CNT (Confederação Nacional do Transporte), entidade representativa das principais empresas de logística do país. Foram avaliados 90 mil quilômetros de rodovias, incluindo as pavimentadas federais e estaduais (apenas as principais). As estradas vicinais não foram incluídas no estudo.
Apesar de a CNT avaliar que os dados são preocupantes, houve pequena melhora em relação à última pesquisa, de 2007. Naquele ano, as rodovias com avaliação insatisfatória (regular, ruim ou péssima) eram 74% do total. A melhoria da sinalização, principalmente, fez com que diversos trechos "migrassem" de regular para bom ou ótimo.
O relatório mostra que ainda há riscos para os motoristas na maioria das estradas do país. Embora a sinalização tenha melhorado, 64% das rodovias ainda têm conceito regular, ruim ou péssimo no quesito.
Em relação à geometria das estradas (curvas malfeitas, por exemplo), só 21% das vias são consideradas boas ou ótimas. As pistas simples de mão dupla predominam no país (88,9%), e cerca de 46% dos trechos não têm acostamento.Em relação ao pavimento, mais da metade (54%) precisa de intervenção, pois tem defeito ou sinais de desgaste. O pior trecho do país foi apontado na BR-262, em Minas Gerais.
"Na nossa avaliação, pelo menos 30% deveriam ser duplicados", diz o presidente da CNT, Clésio Andrade. A entidade estima que são precisos R$ 32 bilhões para resolver os problemas nas rodovias do país.
São Paulo
As estatísticas do país contrastam com os dados de São Paulo. O Estado tem o melhor índice em relação à pavimentação -dos 8.200 km avaliados, 6.200 km são considerados ótimos. Um quarto das rodovias no Estado, porém, tem sinalização que deixa a desejar.
As 17 melhores do país estão em São Paulo, segundo o ranking elaborado pela CNT com 109 ligações. A primeira é a rodovia estadual SP-070 (Carvalho Pinto), que liga SP a Taubaté. Segundo Clésio Andrade, influencia nos resultados de São Paulo o fato de haver concentração de rodovias concedidas.
Dados da pesquisa mostram que só um quarto das rodovias concedidas enquadra-se na classificação regular, ruim ou péssima. O item que mais pesa negativamente para esse resultado é a geometria das vias.
O Ministério dos Transportes considerou os resultados da pesquisa da CNT "muito positivos" porque o conceito regular não pode ser apontado como atributo negativo.
Pelo critério usado pela CNT, uma rodovia é considerada regular quando recebe nota baixa em um dos quatro itens avaliados (pavimentação, sinalização, traçado e falta de acostamento). Folha de São Paulo
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