LULA TEM MELHOR SORTE DO QUE O ANTECESSOR
Lida com oposicionistas cordiais
A eventual desistência de Serra em março, a sete meses do pleito, será um atestado público de pessimismo com relação às chances da dobradinha PSDB-DEM nas urnas. É por isso que Aécio pressiona os colegas de oposição a baterem o martelo até o fim do ano. Ele não aceita o papel de candidato escolhido para perder. Tampouco o figurino de azarão. Volta e meia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva critica a oposição. Acusa-a de agir contra os interesses do país e dos brasileiros apenas para prejudicar o andamento do governo. Por Daniel Pereira
Foi assim, por exemplo, durante a tramitação da proposta destinada a prorrogar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), derrubada numa articulação comandada por senadores do PSDB e do DEM. “Estamos percebendo agora, lá no Senado, que algumas pessoas, dos partidos de oposição, não querem que este país dê certo. E muito menos admitem o sucesso de um torneiro mecânico na Presidência da República”, disparou Lula em dezembro de 2007. Injustiça. Ou ingratidão.
Em oito anos de mandato, o então presidente Fernando Henrique Cardoso enfrentou petistas quase raivosos, que lutaram, inclusive, contra bandeiras abraçadas agora sem qualquer embaraço. Como a responsabilidade fiscal. Já Lula tem melhor sorte do que o antecessor. Lida com oposicionistas cordiais.
Pouco combativos, carentes de ideias e — voluntariamente ou não — dispostos a servir de escada aos projetos políticos dos atuais mandatários da nação. Pegue-se o caso da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Uma das primeiras ações que tonificaram a pré-candidatura presidencial dela partiu do líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).
Foi em maio de 2008. Discutia-se eventual responsabilidade da “mãe do PAC” na elaboração de um dossiê com despesas pessoais realizadas em nome do ex-presidente FHC. Dilma negava a acusação. A fim de pressioná-la, Agripino lembrou que ela assumira ter mentido sob tortura durante a ditadura militar. Não poderia ter escolhido estratégia mais errada. A resposta da “mãe do PAC” é conhecida. Foi decisiva para enterrar o “dossiegate”. Rendeu-lhe solidariedade. Garantiu-lhe fartos espaços positivos na mídia. E, de quebra, serviu para dissipar as suspeitas, semeadas em partidos aliados, de que não era talhada suficientemente para a disputa pelo Palácio do Planalto. Não à toa, corria naqueles dias a versão gaiata de que “Agripino era o novo líder do governo”.
Repetição
A ajuda oposicionista pode ocorrer de novo. Agora, a menos de um ano do embate eleitoral. Como favorito ao papel de escada, desponta o governador de São Paulo, José Serra. Um dos pré-candidatos do PSDB e líder nas pesquisas de intenção de voto, Serra diz que só decidirá se concorre à Presidência em março de 2010. Faz o seguinte cálculo político: se o cenário for favorável à sua vitória, entrará no páreo. Caso contrário, abrirá mão da postulação em nome do governador de Minas, Aécio Neves. A estratégia embute um risco enorme aos tucanos. Risco claro, cristalino.
A eventual desistência de Serra em março, a sete meses do pleito, será um atestado público de pessimismo com relação às chances da dobradinha PSDB-DEM nas urnas. Dará fôlego e musculatura a Dilma, que será embalada no próximo ano por crescimento econômico, viagens ao lado de Lula, tempo de sobra no horário eleitoral de televisão e um amplo arco de alianças partidárias. É por isso que Aécio pressiona os colegas de oposição a baterem o martelo até o fim do ano. Ou, no mais tardar, em janeiro. À frente do segundo maior colégio eleitoral do país, ele não aceita o papel de candidato escolhido para perder. Tampouco, numa versão mais otimista, o figurino de azarão. Nas Entrelinhas – Correio Braziliense
Lida com oposicionistas cordiais
A eventual desistência de Serra em março, a sete meses do pleito, será um atestado público de pessimismo com relação às chances da dobradinha PSDB-DEM nas urnas. É por isso que Aécio pressiona os colegas de oposição a baterem o martelo até o fim do ano. Ele não aceita o papel de candidato escolhido para perder. Tampouco o figurino de azarão. Volta e meia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva critica a oposição. Acusa-a de agir contra os interesses do país e dos brasileiros apenas para prejudicar o andamento do governo. Por Daniel Pereira
Foi assim, por exemplo, durante a tramitação da proposta destinada a prorrogar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), derrubada numa articulação comandada por senadores do PSDB e do DEM. “Estamos percebendo agora, lá no Senado, que algumas pessoas, dos partidos de oposição, não querem que este país dê certo. E muito menos admitem o sucesso de um torneiro mecânico na Presidência da República”, disparou Lula em dezembro de 2007. Injustiça. Ou ingratidão.
Em oito anos de mandato, o então presidente Fernando Henrique Cardoso enfrentou petistas quase raivosos, que lutaram, inclusive, contra bandeiras abraçadas agora sem qualquer embaraço. Como a responsabilidade fiscal. Já Lula tem melhor sorte do que o antecessor. Lida com oposicionistas cordiais.
Pouco combativos, carentes de ideias e — voluntariamente ou não — dispostos a servir de escada aos projetos políticos dos atuais mandatários da nação. Pegue-se o caso da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Uma das primeiras ações que tonificaram a pré-candidatura presidencial dela partiu do líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).
Foi em maio de 2008. Discutia-se eventual responsabilidade da “mãe do PAC” na elaboração de um dossiê com despesas pessoais realizadas em nome do ex-presidente FHC. Dilma negava a acusação. A fim de pressioná-la, Agripino lembrou que ela assumira ter mentido sob tortura durante a ditadura militar. Não poderia ter escolhido estratégia mais errada. A resposta da “mãe do PAC” é conhecida. Foi decisiva para enterrar o “dossiegate”. Rendeu-lhe solidariedade. Garantiu-lhe fartos espaços positivos na mídia. E, de quebra, serviu para dissipar as suspeitas, semeadas em partidos aliados, de que não era talhada suficientemente para a disputa pelo Palácio do Planalto. Não à toa, corria naqueles dias a versão gaiata de que “Agripino era o novo líder do governo”.
Repetição
A ajuda oposicionista pode ocorrer de novo. Agora, a menos de um ano do embate eleitoral. Como favorito ao papel de escada, desponta o governador de São Paulo, José Serra. Um dos pré-candidatos do PSDB e líder nas pesquisas de intenção de voto, Serra diz que só decidirá se concorre à Presidência em março de 2010. Faz o seguinte cálculo político: se o cenário for favorável à sua vitória, entrará no páreo. Caso contrário, abrirá mão da postulação em nome do governador de Minas, Aécio Neves. A estratégia embute um risco enorme aos tucanos. Risco claro, cristalino.
A eventual desistência de Serra em março, a sete meses do pleito, será um atestado público de pessimismo com relação às chances da dobradinha PSDB-DEM nas urnas. Dará fôlego e musculatura a Dilma, que será embalada no próximo ano por crescimento econômico, viagens ao lado de Lula, tempo de sobra no horário eleitoral de televisão e um amplo arco de alianças partidárias. É por isso que Aécio pressiona os colegas de oposição a baterem o martelo até o fim do ano. Ou, no mais tardar, em janeiro. À frente do segundo maior colégio eleitoral do país, ele não aceita o papel de candidato escolhido para perder. Tampouco, numa versão mais otimista, o figurino de azarão. Nas Entrelinhas – Correio Braziliense
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