A Promessa de transparência versus boca-livre e balada

Um governo que amordaçou escandalosamente a CPI da Petrobras para impedir a apuração de denuncias gravíssimas envolvendo a Estatal; que vergonhosamente manobrou para engavetar a CPI do MST e não prestar conta de R$ 60 milhões em repasses irregulares; que luta contra o trabalho do TCU, órgão que apura desvios e iregularidades nas obras; que fez do PAN 2007 o maior escândalo esportivo que este país já viu, - agora promete transparência na organização das Olimpíadas.

Acontece, que com esse governo nunca teremos qualquer surpresa de como será seu comportamento no trato da coisa pública. O velho roteiro não muda: já estão escondendo os gastos faraônicos da "Operação Copenhague" e, ontem a noite, eles fecharam o hotel SKT Petri, promovendo uma tremenda boca livre regada com muito vinho espanhol - para alegria dos penetras - e com direito ao showzinho do ministro do Esporte, "cantando" em cima do palco: -"Isto Aqui, O Que É?”, de Ari Barroso. – Será que precisamos mesmo responder? Leia material abaixo. Por Arthur/Gabriela

A PROMESSA DA 'DOUTORA'
Dilma prometeu criar estrutura especial de fiscalização dos gastos dos Jogos comandada pela Controladoria-Geral da União.

"É um ponto com que vamos ter de nos preocupar muito. Quanto mais transparência, mais eficaz o gasto e a garantia de que resulte em obras, estádios e melhora na infraestrutura, nos aeroportos. Essa transparência é crucial."



DELEGAÇÃO GRANDE. E OS GASTOS
Mais de 100 pessoas reforçaram o time. Mas custo é mantido em sigilo

Um rei do futebol, um presidente popular, um banqueiro, o maior vendedor de livros do mundo, recordistas mundiais e muitos interessados. A delegação brasileira em Copenhague incluía mais de cem pessoas. A composição do grupo foi cuidadosamente estudada. Mas, enquanto a estratégia foi minuciosamente elaborada, os gastos são alvos de sigilo quase incômodo. O custo da "Operação Copenhague" é desconhecido. Ele estaria no meio do orçamento de R$ 80 milhões usado nos últimos dois anos pelo governo e setor privado. Mas ninguém se atreve a detalhar os gastos desta semana ou dizer quem pagou a viagem das personalidades. Por Andrei Netto e Jamil Chade - O Estado de S. Paulo



COMEMORAÇÃO VIRA BOCA-LIVRE E BALADA EM HOTEL
Vinho espanhol, dinamarqueses tentando entrar de penetras e ministro cantando Ary Barroso. Neste clima improvável, a comemoração da vitória da Rio-2016 virou a principal balada da noite de sexta-feira em Copenhague.

A celebração foi um dos últimos capítulos da gastança da delegação brasileira na Dinamarca. O hotel SKT Petri foi praticamente fechado pela Rio-2016 desde o início da semana. A candidatura não divulgou os gastos da hospedagem da imensa comitiva, que contou com políticos, atletas e dirigentes.

Centenas de convidados e dezenas de bicões festejaram até a madrugada a conquista do projeto brasileiro para abrigar os Jogos Olímpicos. A movimentação na porta do hotel atraiu até ""tietes-relâmpago" dinamarquesas, que não conheciam quase ninguém da delegação brasileira, mas faziam questão de tirar fotos de qualquer um que deixava os carros que paravam na frente do prédio.

"Isso é lindo demais. Já chorei o dia inteiro. Agora, vou dançar samba até o Sol nascer para lembrar do meu Brasil", disse a dançarina cearense Marcia Lemos, 27, com uma taça do vinho Finca Antigua na mão e colocando vários pins da candidatura carioca no bolso com a outra. Toda vestida com as cores brasileiras, ela e mais seis amigas conseguiram entrar no hall do hotel SKT Petri com a ajuda de amigos da Embaixada do Brasil.

"A vibração de vocês é linda demais. Já avisei em casa que em 2016 vou para o Rio. Se aqui é tão alegre assim, imagina na praia", contou o dinamarquês Mathias Shopper, 26, que confessou que entrou na festa sem convite.

A comemoração teve bebida e comida liberada. Além de vinho, os convidados bebiam cerveja e piña colada.

O ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., não se conteve e subiu ao palco para cantar. Acompanhado do grupo Caraivana, ele cantou um clássico de Ary Barroso -"Isto Aqui, O Que É?”. A comemoração terminou em clima de baile funk e quase em briga. Um convidado queria entrar numa área restrita e foi contido por seguranças. Por Luciana Coelho, Rodrigo Mattos, Sérgio Rangel, enviados a Copenhague -Folha de S. Paulo

2 comentários:

gabriela disse...

Pobre, atrevido e sem classe é uma desgraça! Vira cortiço em qualquer hotel 5 estrelas.
Eu ainda curto uma tradição: Cada macaco no seu galho. Essa, mistura nunca deu muito certo.

Eles usam a palavrinha mágica "preconceito" para assentarem às mesas mais ricas do mundo, com direito a PALITAR os dentes. Que NOJO!

Joana D'Arc disse...

Já pensou como será a abertura dessa olimpíada?! ou da copa do mundo de futebol?!
Acho que quando esses momentos chegarem irei passar uns dias no Tibet meditando...