'Sim, nóis pode, meus caros cidadões'

PAN DE 2007 TEM FURADEIRA MAIS CARA DO PLANETA

Agora, vamos torrar US$ 14,4 bilhões


“Nós queremos dizer ao mundo que nós podemos. Isso dito da boca de um americano é muito bonito. Nós nunca dissemos. No Brasil estávamos habituados a dizer nós não podemos, somos pobres, como se fôssemos cidadões inferiores. Dessa vez nós queremos olhar para o mundo e dizer: sim, nós podemos. E vamos realizar as Olimpíadas”. – palavras de Lula, ontem, em Copenhague, tentando “ironizar” o “Yes, we can” de Obama e massacrando o português.

A decisão sobre o destino da Olimpíada de 2016 acontece hoje, no começo da tarde, na Dinamarca, quando 106 membros do COI (Comitê Olímpico Internacional), escolherão o local dos jogos da Olimpíada de 2016. Os concorrentes do Rio são Chicago, Madri e Tóquio.

Lula pretende gastar US$ 14,4 bilhões (R$ 25,9 bilhões) no evento - cifra sem precedentes na história. A candidatura do Rio é, de longe, a mais cara - em segundo está a de Tóquio, com US$ 7 bi, conforme verão mais abaixo, na matéria de Jamil Chade do Estadão.

O que esperar de um Estado completamente corrupto e incompetente, metido numa empreitada de tamanho porte? Um governo que não é capaz de oferecer sequer uma política de segurança pública para seus ‘CIDADÕES’?

Na semana passada, o autor do “
Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros”, afirmou que cerca de 20% de homicídios no País não são registrados e, que ainda assim, mesmo sem computar um quinto das mortes, o Brasil possui uma taxa de 25,2 homicídios para cada 100 mil pessoas, enquanto na Europa esse índice é de 1,2 por 100 mil. Por Arthur/Gabriela


DEU NA FOLHA: ‘SAIA JUSTA’
Imprensa estrangeira questiona ''sumiço'' de Tarso Genro


Durante entrevista coletiva da Rio-2016, um repórter da Associated Press perguntou ao ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., onde estava seu colega Tarso Genro (Justiça) para falar sobre segurança. Genro faz parte da delegação brasileira, mas não apareceu para dar entrevistas. "Poderíamos organizar um evento para o ministro Tarso Genro, que cuida de programa bem-sucedido que une segurança e cidadania", rebateu Silva Jr. A imprensa estrangeira tem questionado a candidatura Rio-2016 sobre questões relativas a segurança.



PAN DE 2007 TEM FURADEIRA MAIS CARA DO PLANETA
Trecho de relatório do Tribunal de Contas da União sobre o Pan de 2007, realizado no Rio de Janeiro: "(...) a Unidade Técnica indicou a existência de superfaturamento (...) em 17 dos 22 itens selecionados (...)". Incrível, a palavra "superfaturamento" aparece 59 vezes em 17 páginas. E neste texto se repete, obrigatoriamente, em oito ocasiões.

Tem de tudo, superfaturamento da mão-obra de marceneiros e eletricistas, na compra de aparelhos de ar condicionado, furadeiras, parafusadeiras, etc. E tem mais: "(...) constata-se o aumento do valor do superfaturamento apurado para o item persianas de R$ 858.208,00 para R$ 876.262,40". Ou seja, R$ 18.054,40 foram parar em algum lugar.

Em outra parte do relatório encontramos: "(...) uso de veículo tipo transpaleteira elétrica (...) ao custo mensal de R$ 2.100,00, pelo período de 18 meses. Considerando que os demais itens de logística consideram o período de 8 meses (...) não há justificativa para a cobrança por 10 meses a mais (...), superfaturamento de R$ 28.322,91".

Assim, de superfaturamento em superfaturamento, surgiram obras como o Engenhão, que deveria custar R$ 60 milhões e saiu por quase sete vezes mais. Ficou como legado? Para o atletismo não, pois a pista está lá, sem uso frequente. O Botafogo, que assumiu o "elefante branco", passou a arcar com R$ 400 mil mensais de manutenção.

O ex-prefeito dizia que, por se livrar desse custo, fez um bom negócio. Como se o estádio não tivesse custado R$ 400 milhões aos cofres públicos. Já o velódromo tem pista construída com madeira importada da Sibéria. E ficou sem competições de ciclismo por 240 dias depois do Pan.

Obra do Pan de quase R$ 85 milhões, o sempre deserto parque aquático Maria Lenk não serve para a natação olímpica. E terá que sofrer reformas para receber saltos ornamentais e pólo aquático, se o Rio for escolhido. Qual a ideia? Construir um novo complexo de piscinas com arquibancadas para 18 mil torcedores. Se o chamado sonho olímpico é tão antigo, por que não fizeram logo um assim?

A reformulação do Maracanãzinho saiu por R$ 97 milhões, quase o investido pelos governantes do Distrito Federal e da Bahia nos absurdamente caros estádios do Bezerrão e de Pituaçu, juntos! Quanto à Arena Multiuso, que custou R$ 129 milhões, virou casa de shows. Eventualmente recebe jogos de basquete, por exemplo.

Você confia nos que comandam o Rio 2016? Ou não está nem aí para a possibilidade de o dinheiro público ser mal utilizado? Pode ser que você queira os Jogos no Brasil de qualquer jeito. Talvez a palavra superfaturamento já não o incomode. Mesmo que usem a furadeira mais cara do planeta. Por Mauro Cezar Pereira, jornalista - O Estado de S. Paulo



VÍDEO TENTA DISFARÇAR DEFEITOS
Exibição da candidatura brasileira vai exaltar belezas naturais do Rio


O vídeo da candidatura do Rio, um passeio aéreo que ressalta as belezas da cidade, expõe também o que o Brasil tentará disfarçar hoje, na cerimônia de escolha do país-sede dos Jogos de 2016, na Dinamarca. Sobram planos e falta consistência ao projeto brasileiro. Com muita coisa por fazer, as apostas do País estão no apelo estético, estratégia que não foi suficiente nos anos anteriores, e, principalmente, na inclinação do Comitê Olímpico Internacional (COI) em promover a primeira olimpíada da América do Sul.

Para criar a apresentação brasileira, que será exibida hoje à tarde em Copenhague, foi chamado o cineasta Fernando Meirelles, principal nome nacional do cinema atualmente. O diretor foi indicado ao Oscar em 2004 pelo filme Cidade de Deus, rodado no Rio. O conteúdo do novo vídeo é secreto, mas a promessa da delegação do País é de que a exibição vai impressionar os eleitores do COI.

O impacto positivo, porém, certamente será muito mais visual do que analítico. Com previsão de gastos de US$ 14,4 bilhões (quase R$ 26 bilhões) em obras, a candidatura do Rio é, de longe, a mais cara - em segundo está a de Tóquio, com US$ 7 bi. Além dos graves problemas de infraestrutura e do incipiente legado deixado pelo Pan de 2007, o Rio terá de provar que pode garantir a segurança necessária para acolher os Jogos.

Os responsáveis pelo projeto do Brasil garantem que as obras serão facilitadas pela realização da Copa do Mundo de 2014 no País. Elas estariam também integradas aos planos de desenvolvimento da cidade previstos no PAC.

Se conseguir driblar as questões estruturais, o Rio tende a levar algumas vantagens em relação aos rivais. Seus consagrados cartões-postais e suas paisagens, por exemplo, não encontram concorrência à altura. A experiência na organização do Pan, apesar dos deslizes, acabou sendo bem-sucedida e comprovou o know-how carioca em receber turistas estrangeiros.

No entanto, o principal trunfo brasileiro parece ser mesmo o rodízio continental na organização dos Jogos, que ameaça as pretensões de Tóquio e Madri. No caso de uma disputa direta com Chicago, a outra concorrente, pode pesar a favor da candidatura carioca o fato de a América do Sul nunca ter recebido o evento - a última olimpíada no continente americano foi em 1996, nos Jogos de Atlanta. Por Jamil Chade, enviado especial, Copenhague - Estado de S. Paulo

Um comentário:

Anônimo disse...

An petralhada vai roubar adoidado aagora no Rio, é muito dinheiro pra fazer a festa dos petralhas, e nao das Olimpiadas!