EUA recusaram plano do Brasil sobre Honduras

EUA recusaram proposta do Brasil de adiar eleição em Honduras

O Brasil propôs aos EUA que as eleições em Honduras fossem adiadas por duas semanas, mas o governo americano não aceitou. No dia 17, Vera Machado, subsecretária de Assuntos Políticos do Itamaraty, encontrou-se com William Burns, subsecretário de Assuntos Políticos do Departamento de Estado, em Washington. Segundo apurou o Estado, Vera veio com a proposta elaborada pelo chanceler Celso Amorim.

A ideia era adiar as eleições para que os partidários do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, e do presidente de facto, Roberto Micheletti, chegassem a um acordo que restituísse Zelaya ao poder. O governo americano não recusou de imediato a sugestão brasileira, mas também não fez nada a respeito. Por Patrícia Campos Mello

Nos bastidores, os americanos voltaram a se irritar com a posição brasileira. Primeiro, porque os EUA não acreditam que adiar as eleições resolva alguma coisa. Segundo, eles questionam as razões de o Brasil ter vindo com uma sugestão só 17 dias depois de assinado o Acordo San José-Tegucigalpa e a poucos dias da realização da votação de domingo em Honduras. "Mantemos nossa posição de que a realização das eleições conforme o programado e conforme o desejo da população hondurenha é a melhor opção", disse uma fonte do governo americano.

Na semana passada, o senador Richard Lugar, líder dos republicanos no Comitê de Relações Exteriores do Senado e confidente do presidente Barack Obama, divulgou um comunicado exortando o Brasil a reconhecer as eleições em Honduras, independentemente da volta de Zelaya ao poder.

"Se as eleições do dia 29 cumprirem parâmetros internacionais de equilíbrio e transparência, apoio fortemente o reconhecimento dessas eleições. Países da região, o Brasil em particular, devem considerar o reconhecimento das eleições como a única maneira de os hondurenhos superarem a crise", disse Lugar. O fato de o senador americano ter enfatizado o Brasil irritou a embaixada brasileira em Washington, que manifestou seu desagrado.

TARDE DEMAIS
Para os americanos, o Brasil vinha apenas insistindo que não reconheceria as eleições se Zelaya não fosse restituído, mas não ofereceu nenhuma alternativa viável. Segundo eles, a sugestão de adiar as eleições seria logisticamente impossível e veio tarde demais. O Estado de S. Paulo -



HONDURAS: ELEIÇÕES SERÃO NESTE DOMINGO
Os principais candidatos a presidente de Honduras encerram segunda-feira suas campanhas para a eleição do próximo domingo

Porfírio "Pepe" Lobo, do conservador Partido Nacional, é o favorito na eleição. As campanhas de Lobo e do seu principal rival, Elvin Santos, do Partido Liberal (o mesmo de Zelaya), transcorreram em clima de apatia por parte de um eleitorado cansado da crise política desencadeada pelo golpe. Além de Lobo e Santos, outros três candidatos disputam a Presidência. O presidente Roberto Micheleti, deve se afastar do cargo de quarta-feira até 2 de dezembro para não influir no processo eleitoral.


LEIA TAMBÉM
A trinca que apostou na crise está a poucas milhas do naufrágio

“Cada povo decide a democracia que quer ter e ele foi legitimado pela eleição”, recitou Lula outra vez, sempre para justificar o noivado indecoroso com Mahmoud Ahmadinejad. O que vale para o Irã dos aiatolás e seu capataz não vale para Honduras nem se estende ao vencedor das eleições presidenciais do dia 29. O governante que topa qualquer negócio com qualquer abjeção continua aproduzir explicações malandras para recusar-se a validar uma escolha limpa, livre e decidida pelo voto popular. Continue lendo aqui – Por Augusto Nunes - SEÇÃO » Direto ao Ponto

Nenhum comentário: