FOI ASSIM COM STALIN
Financiamento divide especialistas
O professor de Ética da Unicamp Roberto Romano considerou uma temeridade que empresas que têm contrato com o governo federal financiem “Lula, o filho do Brasil”.
Para Romano, o filme ajuda o que chama de “culto à personalidade” de Lula: — Ou é uma imensa obra de bajulação, ou de propaganda. Acho que é as duas coisas. É propaganda eleitoral de encomenda, embora o senhor Barreto diga que não. O financiamento do filme é uma temeridade. Ele não vê dilema ético nos patrocínios.
— Não há dilema ético. Mas é ruim em qualquer estado democrático, principalmente quando o governante exerce capacidade de atrair multidões através de propaganda. Essas empresas deveriam ter evitado patrocinar o filme. Por Tatiana Farah
Quanto mais você está enredado no mercado, e o mercado está ligado a fontes oficiais, tem de tomar cuidado. Mas não dá para dizer, a priori, que as empresas estejam se aproveitando (financiando para receber benesses).
O cientista político Fernando Abrúcio (FGV-PUC) diz que seria ilação afirmar que há interesse dos patrocinadores em ter benefícios no governo: — A Camargo Corrêa financia campanhas de vencedores e derrotados. Errado é o sistema político. Temos de esperar para ver se haverá uso político. As empresas podem estar querendo surfar na popularidade do presidente.
Dizer que empresas querem tirar proveito do financiamento pode ser infâmia. Temos de guardar o nome dos patrocinadores e aguardar.
Para Abrúcio, os produtores deveriam ter esperado para lançar o filme depois da saída de Lula. Perguntado sobre terem aproveitado a popularidade de Lula, ponderou: — A política não pode determinar a arte.
Foi assim com Stalin.
Abrúcio não vê possibilidade de um suposto sucesso do filme refletir na campanha da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff: — Quem tem história parecida é Marina Silva (PV). O que ajuda Dilma é se o governo estiver bem. O que define voto é bem-estar econômico e social. O filme pode ajudar, mas não é decisivo. Inflar o Lula não é inflar a Dilma.
Para o professor de Ética e Filosofia Antonio Valverde (PUC-SP e FGV), não há dilema ético: — Agora vem a patrulha ideológica, como dizia o Glauber Rocha. Desde o início do cinema brasileiro, empresas patrocinam filmes.
Não podemos ser moralistas. Honestamente, não vejo problema. É uma produção comercial.
Certamente, o filme não transfere votos para o candidato do Lula, isso é difícil, não é automático. O importante é ver se, depois do filme, alguma das empresas vai se beneficiar. O Globo
Financiamento divide especialistas
O professor de Ética da Unicamp Roberto Romano considerou uma temeridade que empresas que têm contrato com o governo federal financiem “Lula, o filho do Brasil”.
Para Romano, o filme ajuda o que chama de “culto à personalidade” de Lula: — Ou é uma imensa obra de bajulação, ou de propaganda. Acho que é as duas coisas. É propaganda eleitoral de encomenda, embora o senhor Barreto diga que não. O financiamento do filme é uma temeridade. Ele não vê dilema ético nos patrocínios.
— Não há dilema ético. Mas é ruim em qualquer estado democrático, principalmente quando o governante exerce capacidade de atrair multidões através de propaganda. Essas empresas deveriam ter evitado patrocinar o filme. Por Tatiana Farah
Quanto mais você está enredado no mercado, e o mercado está ligado a fontes oficiais, tem de tomar cuidado. Mas não dá para dizer, a priori, que as empresas estejam se aproveitando (financiando para receber benesses).
O cientista político Fernando Abrúcio (FGV-PUC) diz que seria ilação afirmar que há interesse dos patrocinadores em ter benefícios no governo: — A Camargo Corrêa financia campanhas de vencedores e derrotados. Errado é o sistema político. Temos de esperar para ver se haverá uso político. As empresas podem estar querendo surfar na popularidade do presidente.
Dizer que empresas querem tirar proveito do financiamento pode ser infâmia. Temos de guardar o nome dos patrocinadores e aguardar.
Para Abrúcio, os produtores deveriam ter esperado para lançar o filme depois da saída de Lula. Perguntado sobre terem aproveitado a popularidade de Lula, ponderou: — A política não pode determinar a arte.
Foi assim com Stalin.
Abrúcio não vê possibilidade de um suposto sucesso do filme refletir na campanha da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff: — Quem tem história parecida é Marina Silva (PV). O que ajuda Dilma é se o governo estiver bem. O que define voto é bem-estar econômico e social. O filme pode ajudar, mas não é decisivo. Inflar o Lula não é inflar a Dilma.
Para o professor de Ética e Filosofia Antonio Valverde (PUC-SP e FGV), não há dilema ético: — Agora vem a patrulha ideológica, como dizia o Glauber Rocha. Desde o início do cinema brasileiro, empresas patrocinam filmes.
Não podemos ser moralistas. Honestamente, não vejo problema. É uma produção comercial.
Certamente, o filme não transfere votos para o candidato do Lula, isso é difícil, não é automático. O importante é ver se, depois do filme, alguma das empresas vai se beneficiar. O Globo
Um comentário:
Esses empresarios sao culpados em entregar o Brasil nas maos dos comunistas!
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