PF e MP investigam denúncia contra entidade ligada ao MST

ROMBO PODE CHEGAR A R$ 3 MILHÕES

O Ministério Público Federal investiga um suposto desvio de recursos de uma cooperativa ligada ao MST no corte e na venda de madeira do assentamento Zumbi dos Palmares, em Iaras, no interior paulista. O superintendente do Incra, Raimundo Pires da Silva, disse que a última prestação de contas da Cooperativa de Comercialização e Prestação de Serviços dos Assentados da Reforma Agrária de Iaras e Região (Cocafi) foi inconsistente.O Incra abriu uma sindicância para apurar possíveis irregularidades.

O rombo, que pode chegar a R$ 3 milhões, também está sendo investigado pela Polícia Federal. — Não posso dizer se houve desvio. Há inconsistência no quanto entrou com a venda da madeira e quanto foi gasto em infraestrutura — disse o superintendente. Por Wagner Gomes

Segundo Pires, o processo de venda de madeira é legal, mas os recursos precisam ser destinados à preparação de infraestrutura no assentamento, o que não tem acontecido. Ele disse que recebeu, entre o fim de abril e o começo de maio, ofícios do MPF com denúncias de uso irregular dos recursos provenientes do corte e da venda da madeira no assentamento.

Segundo Pires, uma equipe vai apurar as possíveis irregularidades e o convênio do Incra com a Copafi, de 2007, foi imediatamente suspenso.

— O problema não foi o corte da madeira, mas a gestão do dinheiro — disse Pires.

A intenção é cobrar judicialmente da Cocafi o desvio de verba. O presidente da cooperativa, Miguel Luz Serpa, não foi encontrado.

A Cocafi teria vendido cerca de 400 mil metros cúbicos de pinos do assentamento, que fica próximo à Cutrale, invadida e depredada por militantes do MST no fim de setembro. Pires disse que um grupo do Incra está decidindo o que fazer com as famílias assentadas no Zumbi dos Palmares que ainda têm direito à retirada da madeira. O Globo

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