Brasileiros expulsos da Venezuela eram vítimas de extorsão da polícia de Chávez

BRASILEIROS ESTÃO REFUGIADOS NA COLÔMBIA

"Nós estávamos pagando a Guarda para deixar-nos trabalhar", diz o brasileiro expulso da Venezuela

Este é um novo episódio no meio da crise entre os dois governos, que o Ministro da Defesa da Colômbia, Gabriel Silva, classificou como uma violação do Direito Internacional Humanitário (DIH).

"Nós tivemos que dar cinco gramas de ouro por dia", disse ao El Tiempo o mineiro brasileiro. Muitos deles, confirmaram que foram surpreendidos pela hostilidade dos militares venezuelanos.

Colombiana denuncia maus tratos


"Nós passamos a quinta-feira e a sexta-feira, escondidos nas montanhas, com fome e sede. Éramos cerca de 400 que conseguimos sair, mas ficaram por lá, cerca de 500 mineiros."

Esta é o relato de Flor Pereiro Morales, um dos cerca de 900 pessoas que trabalhavam na mina de ouro de Cerro Yacapana no estado de Amazonas (Venezuela), e expulsa por militares deste país no sábado.

O funcionário, que viajou para Puerto Inirida para levar ajuda aos mineiros, disse: "Vamos apresentar uma denúncia às autoridades internacionais de direitos humanos, por este deslocamento forçado".

Em entrevista ao El Tiempo, Flor, 33, disse que os soldados chegaram de surpresa em helicópteros na quinta-feira passada, e que nesse mesmo dia disseram-lhes para que fossem embora “por bem ou por mal”.

"O que aconteceu foi horrível. Corremos como loucos. Primeiro, nos disseram para fugir e depois nos sentenciaram dizendo que, se não saíssemos por bem nos tirariam por mal”, disse a mulher, que chegou há dois anos a este pedaço de fronteira para tentar a sorte.

"Após a ameaça, eles (os militares) nos convenceram de que éramos livres e nos deixaram sair da mina. Mas quatro homens estavam nos esperando mais adiante para tirar tudo de nós” relatou a mulher, que chegou em Puerto Inirida sem nada nas mãos .

Seu relato foi confirmado pelo Provedor de Justiça:

"As informações recolhidas entre os mineiros na quinta-feira é que as unidades do exército venezuelano chegaram perto da cidade de San Fernando de Atabapo, na fronteira com o Guainía, e lhes deram um prazo de 36 horas para abandonar a mina, “que funcionava há muito tempo", disse o defensor, Volmar Perez.

PEDIRAM AJUDA AO CICR
No domingo, uma comissão humanitária da Cruz Vermelha, bombeiros e representantes do consulado tentaram se aproximar do governo venezuelano para que deixasse as pessoas regressarem por seus pertences, mas foi sem sucesso.

Entre os colombianos que chegaram em Puerto Inirida existem 260 homens, 135 mulheres e 17 menores. Além de 47 mineiros na nacionalidade brasileira.

O Ministro da Defesa disse ontem que vai pedir a intervenção do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para tirar cerca de 800 pessoas que ficaram na mina.

Ele disse que vai propor a criação de um estatuto especial para essas pessoas, para que eles possam receber uma ajuda financeira durante o tempo em que precisarão ficar em Puerto Inirida.

"A Colômbia não concorda com o que fez a Venezuela (...), utilizar a força para deportar essas pessoas", questionou.

Enviando 15. 000 homens para a fronteira com a Colômbia, desde 5 de Novembro, o Governo da Venezuela pretendia frear a extração de coltan (mineral altamente condutor), que abunda nos estados de Bolívar e Amazonas (Venezuela). Reportagem de Saldanã Medina do El Tiempo – Você pode assistir ao vídeo
aquiTradução de Arthur para o MOVCC


FACILITAR A REPATRIAÇÃO DE CIDADÃOS BRASILEIROS EXPULSOS
O ministro da Defesa, Gabriel Silva, disse que eles são bem-vindos à Colômbia e que serão tratados calorosamente. O Ministério das Relações Exteriores na noite passada solicitou seus dados para facilitar um eventual repatriamento dos brasileiros.

Eles estão refugiados no Instituto da Gestão Integrada Custodio García Rovira Puerto Inirida, juntamente com outras dez pessoas. Os outros estão em abrigos temporários ou em casas de parentes, já que muitos deles têm casas de família, segundo o diretor de Ação Social, Diego Molano. Aviões da Força Aérea transportaram os mineiros no interior do país que querem regressar às suas zonas de origem, especialmente Antioquia, Boyacá, Huila e Nariño.


COMENTÁRIO: A DIFERENÇA
Uribe é um mandatário, e Lula um salafrário

Veja você, caro leitor, que sobrou para a Colômbia acudir os brasileiros expulsos da Venezuela. Pouco importa se o objetivo do bufão era atingir os colombianos; o fato é que sua truculência também atingiu os brasileiros que ali trabalhavam.

Enquanto o governo colombiano se preocupa em alojar e dar de comer a essa gente toda, agora sem eira nem beira, vítimas da besta quadrada venezuelana, Lula parece sequer tomar conhecimento de tão grave assunto.

Os jornais, então, nem bola dão! Todos se enfastiando até os tampos com o panetone do Arruda, displicentes com a notícia, enquanto Lula mexe seus pauzinhos para tentar aprovar, ainda hoje, o protocolo de adesão da Venezuela no Mercosul. Por Arthur/Gabriela

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