
Ele foi favorecido pelo preço alto do petróleo. Corria tudo bem, Chávez adquiriu força na Venezuela. Agora, com a crise mundial, o preço do petróleo caiu e ele está enfrentando dificuldades, porque mostra o primarismo administrativo do tenente-coronel paraquedista. Por Alexandre Garcia
Aí ele reage desapropriando empresas. As empresas desapropriadas despencam em produtividade, se transformam em cabides de empregos de seguidores de Chávez.
Na semana passada, ele desapropriou uma rede francesa de supermercados. Os seguidores invadiam as lojas do supermercado.
Esses discursos que todo mundo tem que transmitir funcionam assim: lá pelas tantas, ele entra em uma propriedade rural, coloca uma mesa e começa uma arenga, em geral contra Estados Unidos e Colômbia porque ele escolheu esses países como inimigos. Toda hora ele fala em ameaça de guerra. Os Estados Unidos, segundo Chávez, são os culpados do terremoto no Haiti, pois a Marinha americana estaria fazendo teste de armas. Bomdiabrasil
GLOBOVISIÓN REFORÇA CORO OPOSITOR E AMPLIA CONVOCAÇÃO DE PROTESTOS
Frequentemente ameaçada de ser também fechada pelo governo, a emissora Globovisión canalizou ontem as reações e a revolta de vários setores da sociedade venezuelana contra o fechamento, pela segunda vez, da Rádio Caracas Televisión (RCTV). Apresentadores da emissora, muitos com a voz embargada, lembravam as ações do regime chavista contra os meios de comunicação e punham no ar imagens de 2007, de manifestantes pró-governo que apoiavam a saída do ar da RCTV em canal aberto. "El pueblo lo sabe. Y tiene razón. Ahora le toca, la Globovisión!", gritavam os chavistas.
Em agosto, na mesma semana em que o governo fechou 34 emissoras de rádio, a Globovisión sofreu um atentado com bombas caseiras lançadas por motociclistas militantes da facção chavista radical União Popular Venezuelana, liderada por Lina Ron - uma mulher que até Hugo Chávez qualificou de "incontrolável". Lina foi presa logo depois do ataque à emissora, que feriu levemente dois funcionários da TV, mas acabou libertada em outubro.
Consciente da grande possibilidade de que seja o próximo alvo do governo, a Globovisión ampliou ontem a convocação do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma - de oposição a Chávez -, para um panelaço de protesto às 20 horas (22h30 de Brasília). Em nome da Mesa de Unidade, a coalizão opositora que busca alcançar a maioria da Assembleia Nacional nas eleições de setembro, Ledezma repudiou a medida do governo, que qualificou de "uma tentativa do governo de levar adiante seu propósito de estabelecer uma hegemonia nas comunicações".
Normalmente discreta em seus pronunciamentos contra Chávez, a Igreja, por meio do cardeal-arcebispo de Caracas, Jorge Urosa Savino, também deplorou o fechamento da RCTV Internacional. "Não podemos assistir passivamente essas coisas. Temos de lutar para que respeitem nosso direito", disse. "Calar um meio de comunicação não contribui em nada para a manutenção do estado de direito, mas sim enfraquece as garantias constitucionais."
A saída do ar da RCTV ocorre em meio a dias politicamente turbulentos. No dia 8, Chávez alterou a cotação da moeda venezuelana e criou um câmbio duplo (2,6 bolívares forte por US$ 1 para produtos essenciais e 4,3 por US$ 1, para os demais produtos).
O governo também interveio e expropriou bancos e a rede franco-colombiana de supermercados Êxito, promoveu uma reforma ministerial e está às voltas com uma crise energética que o obriga a promover apagões programados de quatro horas a cada dois dias em todo o interior do país. Um cenário bastante difícil para um governo que hoje tem como prioridade manter sua maioria quase unânime no Legislativo.
Em seu programa semanal, Alô, Presidente!, Chávez convocou seu ministro Diosdado Cabello para explicar os motivos do fechamento da RCTV e das outras emissoras. Cabello, sem mencionar nominalmente a emissora, disse apenas ter cumprido a lei. "Então, parabéns Diosdado! Só temos de cumprir a lei", retrucou Chávez. O Estado de S. Paulo
EUA PEDEM FIRMEZA CONTRA CARACAS NA OEA
A retirada de sinal da TV opositora RCTV na Venezuela ocorreu dois dias após os EUA pedirem ação mais firme contra o país na Organização dos Estados Americanos (OEA).
Durante um forum de embaixadores americanos na América Latina na última sexta, a representante americana na OEA, Carmen Lomellin, citou o governo da Venezuela e da Nicarágua como exemplos de gestões que minam a democracia no continente. "Não é segredo que estamos vivenciando uma erosão gradual da democracia na região, em países como a Venezuela e a Nicarágua. Estamos testemunhando a queda dos valores democráticos", disse.Ela afirmou que a democracia não se trata apenas de eleições, mas também "respeito aos direitos humanos, liberdade de expressão" e liberdade de ação para ONGs.
Lomellin criticou a OEA por "não saber lidar com situações desse tipo", pois "é uma organização composta de membros que, às vezes, relutam em desafiar ou denunciar essas erosões da democracia". "É preciso aumentar o diálogo, o envolvimento e a abertura de oportunidades para a sociedade civil de participar do debate."
Na ocasião, o embaixador dos EUA na Venezuela, Patrick Duddy, disse ainda que a relação entre os dois países é "enormemente difícil" e, embora o presidente Hugo Chávez queira implantar uma "economia socialista", os EUA seguem sendo seu maior parceiro comercial. Com a agência Efe - Folha de S. Paulo
Um comentário:
Amigos, para mim, o Brasilé um dos principais culpados pela tragédia venezuelana. Se os esquerdistas de gabinete não tivessem apoiado o bolivariano louco desde o início, certamente ele teria recuado em sua tentativa de impor uma ditadura naquele país.
O sofrimento do povo venezuelano está apenas começando, uma vez que eles não encontraram ainda, um meio de se livrar do déspota.
Quan to à OEA, está cada vez mais se tornando refém de Luiz Inácio e outros iguais a ele que "enxergam um cisco no olho" dos inimigos "e não vêem um tijolo no olho" dos amigos.
beijos
Postar um comentário