Barreto, o falso Al Capone

Só para exemplificar: se o repórter almejasse dar ao leitor uma visão mais completa do empresário Barreto, na certa não deixaria de consultar os arquivos do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (1ª instância, vara cível) e tomar conhecimento das inúmeras ações judiciais (arquivadas ou não) contra o grande produtor.

Caiu-me em mãos o Nº 39 da "piauí", revista cultural de esquerda - de propriedade do filho do falecido banqueiro Walter Moreira Salles, João Moreira Salles - que, no propósito dissimulado de promover o filme "Lula, o Filho do Brasil", traz ampla matéria sobre Luiz Carlos Barreto, tido pela publicação como "o chefe do clã mais poderoso do cinema nacional". Título da reportagem: "Metade Jesus Cristo, metade Al Capone".

Soa como uma heresia, ainda que por mera alusão, associar a figura tosca - e por vezes brutal - de Barreto a Jesus Cristo, mas a "piauí", cópia mal-ajambrada da revista americana "The New Yorker", na certa considerando o título da matéria apenas instigante, não se dá conta da provocação e atropela qualquer vestígio de sentimento cristão.

Para traçar perfil ambíguo de Luiz Carlos Barreto, a "piauí", abaixo de qualquer suspeita, adotou a técnica do "New Journalism", gênero jornalístico explorado à exaustão pela "The New Yorker", que pretende fundir a objetividade da reportagem com elementos da narrativa ficcional - razão pela qual o "New Journalism" é encarado pelos seus mentores - entre eles, o "excêntrico" Truman Capote - como "romance de não-ficção". Por IPOJUCA PONTES.

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Um comentário:

Fusca disse...

Deus está vendo, e a heresia de Barreto ao comparar o desbocado alcoólatra com Jesus teve um preço...