Três rodadas de sanções impostas pelo Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas não impediram o Irã de desenvolver o seu programa nuclear alegadamente para fins pacíficos - em parte porque a Rússia e a China ajudaram o governo de Teerã a burlá-las. A julgar pelo retrospecto, portanto, uma nova bateria de punições seria inútil ou, pior, teria um efeito bumerangue. "Não é prudente encostar o Irã na parede", disse o presidente Lula na quarta-feira, horas antes de receber a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que reafirmou em Brasília a posição dos Estados Unidos, endossada pela União Europeia, segundo a qual "o tempo da ação internacional é agora". Mas o retrospecto que aparentemente respalda a posição brasileira, favorável a negociações com os iranianos sem data para terminar, é uma premissa enganosa.
É verdade que o tipo de ação que Washington tem em mente costuma produzir, por si, escassos efeitos - com a espetacular exceção do boicote econômico à África do Sul, que precipitou a queda do regime do apartheid. Isso não é o principal, porém. No caso iraniano, se a adoção de novas sanções exprimir e em seguida cimentar a coesão internacional contra a nuclearização do país, a República Islâmica terá recebido uma vigorosa mensagem política que não poderá ignorar. Seria ingenuidade supor que o Irã poderá ser reduzido à condição de Estado-pária. Afinal, a nação persa não é bem um paiseco. Ainda assim, se os aiatolás olharem em volta e se derem conta de que os seus aliados se limitam aos países muçulmanos da África subsaariana e à Venezuela de Hugo Chávez, quem sabe se disponham a fazer de verdade o que até agora só fingiram - conversar a sério. Restará saber em que termos. Continue a leitura ( AQUI )
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