Há pelo menos sete meses a Polícia Federal sabe sobre movimentações milionárias do empresário Fernando Sarney no exterior.
É dessa época, mais exatamente do dia 16 de julho de 2009, matéria do repórter Rodrigo Rangel no Estadão revelando, em primeira mão, remessa de U$ 1 milhão do empresário para a China.
Matéria do Estadão da edição do dia 16 de julho de 2009.
Detectada pela PF na Operação Boi Barrica, a remessa deu origem a um rastreamento de contas e a um pedido de ajuda ao governo chinês para encontrá-las, noticiados pelo jornal na mesma edição e matéria.
A PF já dispunha de e-mails do empresário e escutas telefônicas que indicavam um cenário mais amplo de possível lavagem de dinheiro, com origem em negócios envolvendo recursos públicos e tráfico de influência.
Dias depois o jornal foi notificado sobre a censura determinada pelo desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.
Ele proibiu a divulgação, por qualquer meio, de qualquer informação constante da operação Boi Barrica.
Blindou os Sarney, pai e filho, com o benefício do sigilo de justiça que não deveria ser estendido aos casos em que o interesse público se impõe.
A decisão coincidiu com o público e notório empenho pessoal do presidente Lula de dar sustentação ao então recém-eleito presidente do Senado, José Sarney.
O tempo passou, Fernando Sarney finge alma democrática desistindo da censura e o ministério da Justiça nega qualquer resposta da ajuda pedida à China.
Como movimentações financeiras passam por contas bancárias e a PF tem as informações muito antes do jornal, é razoável a interpretação de que se assiste a um clássico episódio de blindagem política. Por João Bosco Rabelo - Estadão.
PS - Dê um clique na foto acima para ampliar. Movcc/Gabriela
Nenhum comentário:
Postar um comentário