Espinoza, Espinoza… O leitor se inquieta: “Esse nome não me é estranho…” Não é mesmo! Mas vocês vão ter de se lembrar antes de Gedimar Passos, aquele policial aposentado preso no caso do dossiê dos aloprados. À Polícia Federal, ele não hesitou: apontou a cumplicidade de Freud Godoy — sim, o dono da “empresa” que recebeu R$ 1,5 milhão da Bancoop. Acusou, mas depois mudou de idéia. Márcio Aith informava, então, numa reportagem na VEJA de 18 de outubro de 2006:
(…)
A atividade do outro segurança e assessor de Lula, Espinoza, também chamou a atenção dos promotores. Ele foi um personagem ativo na negociação do providencial recuo de Gedimar. Foi no apartamento de Espinoza em São Paulo que se colocou de pé um plano e suas bases materiais capazes de dar a Freud a tranqüilidade necessária para enfrentar as acusações de que estava sendo alvo. Bons amigos, Freud e Espinoza são unidos também pelo devotamento total a Lula. Em seu livro Do Golpe ao Planalto – Uma Vida de Repórter, o jornalista Ricardo Kotscho – amigo de Lula desde 1984, seu assessor em diversas campanhas e secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência até 2004 – refere-se a Espinoza como o “faz-tudo de Lula”. Em muitas das viagens de campanha, Kotscho dividia o quarto com Espinoza e Wander Bueno, ex-secretário de Governo da prefeitura de Santo André na gestão Celso Daniel.
Segundo um relato escrito por três delegados da Polícia Federal e encaminhado a VEJA, Espinoza e Freud, acompanhados de dois homens não identificados, fizeram uma visita a Gedimar na noite de 18 de setembro, quando ele ainda estava preso na carceragem da PF em São Paulo. A visita ocorreu fora do horário regular e sem um memorando interno a autorizando. Um encontro com um preso nessas condições é ilegal. Ele pode ser encarado como obstrução das investigações ou coação de testemunha. De acordo com o relato dos policiais, o encontro foi facilitado por Severino Alexandre, diretor executivo da PF paulista. O encontro ocorreu logo depois da acareação regular entre Freud e Gedimar, um encontro de cinco minutos que, segundo o relato oficial, transcorreu em silêncio da parte de Gedimar. O mais interessante, no relato dos policiais, viria a seguir. Severino teria acomodado os petistas em seu gabinete e determinado a Jorge Luiz Herculano, chefe do núcleo de custódia da PF, que retirasse Gedimar de sua cela. Herculano resistiu, pretextando corretamente que o preso estava sob sua guarda e que não havia um “memorando de retirada”. Continue a leitura - Reinaldo Azevedo.
PS - Faço questão de fazer repercurtir essas matérias. Movcc/Gabriela
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