À caça de justificativas para a foto de Dilma Rousseff disfarçada de Norma Bengell, os autores da vigarice visual tentaram enxergar “uma interpretação equivocada” onde só existem um embuste biográfico e uma fraude eleitoreira. “Ela participou ativamente de todas as manifestações contra o regime militar”, jura o comunicado do site Dilmanaweb. O palavrório é tão honesto quanto um cronograma do PAC. Em junho de 1968, “um momento em que os brasileiros foram às ruas pedir o fim da ditadura”, Dilma se dedicava na clandestinidade à busca delirante da ditadura do proletariado.
Em 1966, quando o AI-5 era apenas um brilho nos olhos de oficiais ultradireitistas, Dilma foi seduzida por partidários da luta armada e se filiou à Organização Revolucionária Marxista-Política Operária, a Polop. Ela não optou pela luta armada por causa da decretação do AI-5. Por causa da luta armada é que tantos militares optaram pela ditadura escancarada. Transferiu-se em 1967 para o Comando de Libertação Nacional, ou Colina ─ e e ali permanecia, sempre tentando derrubar o governo dos generais a tiros, no dia em que 100 mil brasileiros protestaram na Cinelândia.
Dilma não esteve lá porque não quis. Como fizera nos dois anos anteriores, preferiu ficar longe de outra manifestação da “pequena burguesia inconsequente”. Era assim que a turma da luta armada se referia a gente que só reivindicava o resgate da liberdade. Devotos do stalinismo, como Dilma Rousseff, desprezavam acintosamente aqueles ingênuos cujos rostos hoje roubam com a desfaçatez dos profissionais da mentira. Por Augusto Nunes - Veja Online
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