Tome tento, Alencar: o câncer Sarney é fatal.

O vice-presidente José Alencar ganhou a admiração do país pela dignidade corajosa exibida na luta contra o câncer. Poderá perdê-la se acreditar que ingressou no clube dos inimputáveis, transformar o câncer em instrumento de caça ao voto, endossar a farsa com descrições de uma Dilma Rousseff que não existe e, para não se tornar inelegível, devolver José Sarney à presidência da República. Mais uma vez, Celso Arnaldo precisou de poucas linhas para pegar na veia. Confira:
O respeito que José Alencar angariou nestes anos em que luta tenazmente contra o câncer está sendo rapidamente corroído por algumas de suas atitudes recentes ─ entre elas, a de usar sua doença não como metáfora, mas como plataforma de campanha de seu ridículo partido, no horário eleitoral da TV.
Nesta quarta-feira, com aquela expressão de querubim, o vice declarou textualmente:
“A Dilma é meu amor porque é o amor do Brasil. Pela dedicação dela, pelo trabalho que ela realiza, pela seriedade com que ela trata a coisa pública”. Por Augusto Nunes - Veja Online

OK, só o amor constrói ─ mas esse choca. E Alencar justifica:

“As pessoas às vezes perguntam: mas por que a Dilma? Vocês viram que ela tem de cor números importantes da economia brasileira, números que dizem respeito a informações seguras em relação ao Brasil. Ninguém tem isso se não se dedica”.

Há um esquizofrênico no programa Pânico, o tal Homem-Enciclopédia, que sabe de cor e salteado todos os elencos de todas as novelas da Globo ─ mas nem por isso a Globo quer contratá-lo. E a Dilma tem um problema sério: ainda não decorou os fundamentos de sua língua-pátria.

Ainda por cima, José Alencar, por causa da vaidade que jurava não ter, está na iminência de trair seu país, colocando Sarney de novo na Presidência da República ─ já que ele se nega a assumir o posto nas próximas viagens de Lula, em nome de uma veleidade política absolutamente incompatível com um homem de 78 anos, com a biografia encerrada, enfrentando um câncer terminal: aspira a mais oito anos de mandato de senador.

Tome tento, Alencar: o câncer Sarney é fatal.

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