Brasil irá reagir no Conselho de Segurança contra sanções a Irã, diz Amorim

SOFIA FERNANDES
da Sucursal de Brasília

O chanceler Celso Amorim afirmou nesta terça-feira que irá reagir dentro do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) contra as sanções anunciadas contra o Irã. Amorim está escrevendo uma carta a quatro mãos com o chanceler turco para enviar aos membros do conselho.

Na mensagem, os dois países irão justificar que todos os pontos considerados essenciais pela comunidade internacional foram acatados pelo Irã no acordo firmado ontem entre Brasil, Irã e Turquia.

São estes os requisitos conquistados pelo acordo: quantidade definida da remessa de urânio; a não exigência de recebimento prévio ou simultâneo do urânio enriquecido; e a comunicação oficial à AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) dos compromissos assumidos.

"Achamos que os pontos essenciais podem ser considerados um passaporte para uma solução negociada e pacífica da situação nuclear iraniana, e essas condições foram cumpridas", afirmou Amorim. Folha Online

Para Amorim, que estava visivelmente cansado e afobado durante entrevista coletiva, as sanções anunciadas foram pré-concebidas, e os países não levaram em consideração o acordo encabeçado pelo Brasil. "Não é possível que todas as pessoas tenham analisado o acordo", afirmou. "Não colocaram na balança as coisas que Lula falou", emendou.

Chanceler afirmou que vê risco de o Irã ficar melindrado com o pacote de sanções, mas que não fica irritado com o ceticismo americano em relação à atuação brasileira.
"Não fico irritado com o ceticismo americano. O acordo é o acordo que eles propuseram, as dificuldades eram sempre essas, e todas as dificuldades foram resolvidas", disse.

No fim da entrevista, Amorim afirmou que não defende que o Irã volte a enriquecer urânio, mas que isso é um problema soberano do país. "Não tenho razão para acreditar que tenha motivos militares o programa iraniano", disse.

Amorim, que chegou hoje de viagem de Madri, defendeu ainda que o Irã não está questionando a presença dos agentes da agência atômica. "Em nenhum momento o Irã questionou a presença dos inspetores", afirmou.

Um comentário:

Jurema Cappelletti disse...

Ótimo. A capacidade de Luís Inácio enganar se restringe aos brasileiros. A amizade com presidente do Ira e sua reacao contra as sancoes afastam sua ambicao de se tornar presidente da ONU.

Pobre Luís Inácio! Como ficará depois de perder o poder?