Folha.com
Sentada em frente ao estádio Pacaembu, no início da tarde de ontem, a pensionista Terezinha Melo, 72, voluntária num grupo que promove ginástica para idosas em Guadalupe, subúrbio do Rio, decidiu anular seu voto nas eleições de outubro.
"Não quero saber de política. Não voto em mais ninguém", afirmou Terezinha.
Explica-se: ela e outras 80 mulheres, a maioria da mesma faixa etária, todas de Guadalupe, foram chamadas por uma conhecida do mesmo bairro para um "passeio" em São Paulo, com hospedagem e alimentação incluídas. A condição, dizem, participar de um "evento surpresa".
"Não sabia que era negócio político. Mandaram a gente vir. Queria fazer compras, passear", diz Terezinha, em meio ao eco do discurso dos sindicalistas, vindo de dentro do estádio.
O grupo veio a São Paulo em dois ônibus pagos pela CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil). Chegaram cedo na segunda, a tempo de presenciar Paulinho da Força Sindical pregar a derrota de Serra, no Sindicato dos Bancários.
"Achei tudo uma baboseira", definiu a dona de casa Suzana Montani, 47, sobre a experiência no meio sindical. Perguntada pela reportagem em quem votará para presidente, não titubeou: "Lula".
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