Por Augusto Nunes - Veja Online
Os institutos de pesquisa se tornaram parte da ação política deste ou daquele grupo/partido, foi direto ao ponto o comentário de Ethan Edwards, prontamente transferido para este espaço. Conciso, claro, elegante, o texto introduz exemplarmente o tema das pesquisas eleitorais, que será retomado no post de amanhã. Confira:
Não creio nesses números. Há muito tempo os institutos de pesquisa não pesquisam; tornaram-se parte da ação política deste ou daquele grupo/partido. O próprio PT, quando era outsider, foi vítima desses esquemas. Em São Paulo, mais de uma vez apareceu, dois dias antes da eleição, com dez, vinte por cento a menos do que os votos que efetivamente obteve. No plebiscito sobre o desarmamento, todos os institutos “erraram” por muito, como “erraram” por muito, recentemente, na Colômbia. Os políticos já chegaram à conclusão de que pesquisa é coisa séria demais para ser deixada nas mãos de pesquisadores. Os institutos de pesquisa destinam-se, hoje, a induzir a opinião pública, não a compreendê-la.
Entretanto, é bom lembrar que as pesquisas podem muito, mas não podem tudo. Principalmente, elas não podem chocar-se contra o senso comum. Não há pesquisa capaz de impingir aos eleitores franceses um líder nacionalista que tenha sotaque alemão. Jânio Quadros e Collor eram loucos, mas o que diziam fazia sentido, inspirava confiança em milhões de pessoas, soava plausível. Lula literalmente enfeitiça seus eleitores. Dilma Rousseff é o oposto de tudo isso. É como se ela não conseguisse disfarçar um permanente e profundo enfado, quando não mal-estar, diante de todas essas “banalidades” que as pessoas comuns amam, respeitam, admiram. Um dos elementos do carisma é a simpatia. Dilma Rousseff é incapaz de gerar essa emoção. E isso nenhum instituto de pesquisa conseguirá lhe dar.
O senso comum prevalecerá. Os “franceses” não votarão numa “alemã”.
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