Guarda Revolucionária está pronta para escoltar navios a Gaza, diz Irã

O movimento que controla a região, o Hamas, conta com amplo apoio do governo de Mahmoud Ahmadinejad, no Irã.

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As tropas da Guarda Revolucionária do Irã estão prontas para escoltar navios de ajuda humanitária que queiram furar o bloqueio israelense à faixa de Gaza, disse neste domingo um porta-voz do líder supremo da República Islâmica, o aiatolá Ali Khamenei.

"As forças navais da Guarda Revolucionária do Irã estão totalmente preparadas para escoltar os comboios de paz e liberdade a Gaza com todos os seus poderes e capacidades", disse Ali Shikazi, porta-voz de Khamenei na Guarda, à agência de notícias iraniana Mehr.

Qualquer intervenção militar iraniana na região seria considerada como uma forte provocação por Israel, que acusa o país de fornecer armas ao Hamas, o movimento que controla a faixa de Gaza.

A retórica de provocações e ameaças entre os dois países tem sido frequente nos últimos anos, e neste domingo mais uma vez o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, deixou claro que uma das principais razões para se manter o bloqueio a Gaza é a de evitar que se estabeleça um "porto iraniano" no território, e impedir que o Irã entregue armas ao Hamas.

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, não reconhece o Estado de Israel e em várias ocasiões fez ameaças contra o país.

O porta-voz Shirazi disse que o Irã encoraja mais organizações a tentarem furar o bloqueio a Gaza. "Nós devemos expôr nossos inimigos a uma ação global espontânea e não permitir que eles atinjam seus objetivos hediondos", disse.

A Guarda Revolucionária do Irã é formada por tropas de elite e responde diretamente aos comandos do líder supremo, Ali Khamenei. Composta por forças navais, aeronáuticas e de combate terrestre, elas são separadas do Exército tradicional.

"Se o líder supremo emitir uma ordem para que isto seja feito, as forças navais da Guarda Revolucionária farão o seu melhor para dar segurança aos navios. É dever do Irã defender as pessoas inocentes de Gaza", disse Shirazi.

Israel e os Estados Unidos não eliminam a possibilidade de uma ação militar contra o Irã em seus esforços para evitar que o país obtenha armas nucleares. O programa nuclear iraniano tem sido alvo de polêmicas internacionais, e o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) tenta aprovar uma quarta rodada de sanções contra o país.

Investigações

Após a operação israelense que deixou nove mortos na segunda-feira, quando a "Frota da Liberdade" tentou furar o bloqueio à faixa de Gaza, a ONU (Organização das Nações Unidas), propôs uma investigação internacional sobre o ataque. A comissão conjunta já foi rejeitada pelo governo de Israel.

O embaixador israelense nos Estados Unidos, Michael Oren, deixou claro que o país não deve aceitar uma investigação liderada por outras nações. "Nós rejeitamos uma comissão internacional. Estamos discutindo com a administração do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, uma forma para que nossa investigação aconteça", disse Oren ao programa "Fox News Sunday".

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, propôs uma investigação incluindo outros países. Ban contatou o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, no sábado, falando sobre a necessidade de se instalar uma comissão internacional de investigação.

Em reunião de gabinete neste domingo (6), premiê de Israel reafirmou que vai manter bloqueio a Gaza
A comissão seria integrada por Israel, Turquia e Estados Unidos, e o premiê neozelandês Geoffrey Palmer foi indicado como um possível presidente do grupo que investigaria o ataque israelense contra a "Frota da Liberdade".

Até o momento o governo de Israel tem se mostrado hesitante em aceitar uma investigação internacional, mas a imprensa israelense chegou a cogitar neste domingo que a administração poderá ter que aceitar uma investigação conjunta e até mesmo abrir mão do bloqueio a Gaza, frente à crescente pressão internacional.

Netanyahu discutiu a proposta com Ban no sábado e planejava convocar uma reunião de gabinete neste domingo para decidir sobre a presença ou não de Israel no painel.

Líderes de Israel têm afirmado publicamente sobre a intenção de abrir uma investigação própria com observadores internacionais a respeito da intercepção do navio de bandeira turca que aconteceu na última segunda-feira.

O formato de investigação liderada pelo Estado judeu somente com a participação de outros países, ao invés de uma comissão conjunta, foi sugerida pelos Estados Unidos ainda no final da semana.

Sobre formas de flexibilizar o bloqueio a Gaza, o jornal "Jerusalem Post" disse que os responsáveis pelo ministério da Defesa israelense já contemplam a possibilidade de deixar passar barcos de ajuda humanitária que aceitem ser inspecionados por uma força internacional, possivelmente das Nações Unidas, antes de cruzarem a linha de bloqueio de 20 milhas da costa de Gaza.

Mesmo assim, o premiê de Israel repetiu neste domingo que Israel "não permitirá a criação de um "porto iraniano" em Gaza, nem a entrada livre de armas" no território.

O movimento que controla a região, o Hamas, conta com amplo apoio do governo de Mahmoud Ahmadinejad, no Irã.

A ONG "Free Gaza", uma das organizadoras da "Frota da Liberdade", anunciou no domingo que uma nova tentativa de romper o bloqueio a Gaza deve ocorrer nos próximos meses. "Voltaremos", disse a organização em comunicado.

Deportações

Israel começou a deportar neste domingo os ativistas do navio irlandês Rachel Corrie, abordado no sábado pela Marinha israelense, numa operação que não deixou vítimas, ao contrário do que ocorreu na segunda-feira, quando o ataque tropas de Israel à "Frota da Liberdade" deixou nove mortos e dezenas de feridos. Sete integrantes do Rachel Corrie já estão na Jordânia, e os outros quatro devem deixar Tel Aviv ainda hoje.

Um cubano e seis malaios (o deputado Mohd Nizar Zakaria, dois jornalistas da emissora malaia TV3 e três funcionários da organização "Perdana Global Peace") cruzaram a ponte de Alenby, na fronteira entre a Cisjordânia a Jordânia.


"Todas as pessoas do navio serão deportadas no domingo, depois de terem assinado um documento em que abrem mão de recorrer à Justiça israelense contra a expulsão", disse a porta-voz do serviço de imigração de Israel, Sabin Hadad.

Ao total o navio levava 19 pessoas, sendo 11 ativistas e oito membros da tripulação.

As 12 pessoas remanescentes serão levadas ao Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Tel Aviv, e de lá seguirão para seus países de origem.

De acordo com a porta-voz Sabin Hadad a saída de Mairead Maguire, 66, irlandesa ganhadora do prêmio Nobel da Paz e famosa defensora da causa palestina e dos outros ativistas foi atrasado porque eles se recusavam a assinar o documento proposto pela Imigração isralense, obrigando-os a renunciarem seus direitos de apelarem contra a deportação.

COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

3 comentários:

Joana D'Arc disse...

Bem, agora com o respaldo do 'noço guia' o terrorista sanguinário iraniano está se sentindo no Olimpo!
Do jeito que essa guarda revolucionária é sedenta de sangue, será uma carnificina...Ou, eles estão se juntando à provocação contra Israel para que este tenha um bom motivo para bombardeá-los e eles, coitadinhos, tão bonzinhos serem as vítimas aos olhos do mundo...
Olhos de idiotas como aqueles que estiveram em frente ao MASp, em SP, para protestar contra Israel.
ISRAEL FOREVER!

Anônimo disse...

E´,o barbudo colocou madeira no fogo, dando apoio ao louco Amadijenad,agora o mundo vai explodir....

Jurema disse...

Amigos, estamos já no começo da terceira-guerra mundial. O Lula e todos os seus comparsas da AL, sabiam das intenções do Irá. Eles veem combinando isto, faz tempo. Só não enxerga quem não quer.

Concordo com o "Anônimo". Lula só foi acender o fogo.