Jornalista tinha 'dois tiros' contra José Serra, diz ex-delegado Onézimo Sousa em depoimento sobre suposto dossiê do PT

Jailton de Carvalho
O Globo

BRASÍLIA - O delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo Sousa reafirmou nesta quinta-feira na Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional que foi procurado pelos jornalistas Luiz Lanzetta e Amaury Ribeiro Jr. para investigar o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, e o grupo do deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ). Onézimo disse que entre os alvos da investigação estariam também os petistas Rui Falcão e Valdemir Garreta. ( Entenda o caso do dossiê )

- A investigação seria sobre o fogo amigo (vazamento de informação da campanha de Dilma Rousseff) e o alvo principal seria o candidato José Serra - disse Onézimo.

Segundo ele, Amaury Ribeiro disse, durante o encontro, que já estava fazendo levantamento de informações sobre Serra. Ele teria "dois tiros" contra a campanha do tucano.

Onézimo afirmou ainda que recebeu duas propostas. A primeira, seria para proteger o comitê da campanha de Dilma de vazamentos. A outra, seria investigar o Serra e o grupo do deputado Itagiba.
A proposta, segundo ele, teria partido de Lanzetta e Amaury em uma reunião no dia 20 de abril em um restaurante, em Brasília. O delegado aposentado não explicou, no entanto, como eles fizeram a proposta. Segundo os presentes, o depoimento foi morno.

Onézimo se recusou, por três vezes, a responder se gravou a conversa com Lanzetta e Amaury. Essa seria uma forma de provar que estaria falando a verdade.

- Isso é matéria de defesa - disse Onésimo, quando Itagiba perguntou se ele queria comprovar o que estava dizendo.

O PT nega as acusações, mas Lanzetta foi afastado da campanha.

A comissão também quer ouvir o ex-agente do serviço secreto da Aeronáutica Idalberto Martins, conhecido como Dadá, amigo de Onézimo. Ele teria participado das reuniões entre o ex-delegado e Lanzetta para discutir a elaboração do dossiê.

Um comentário:

Anônimo disse...

Fiquei encantado com o depoimento do ex-delegado Onezimo Sousa. Foi respeitoso mas não se intimidou naquele picadeiro onde alguns dos presentes com certeza deveriam ser investigados e não investigando outros que sobrevivem legalmente da profissão como é o caso do Dr. Onézimo. Show de bola mesmo foi vê-lo fazer algumas figurinhas carimbadas dançarem o "reboletion" ao final do depoimento para amenizar a conclusão do depoimento, com destaque para um que há décadas faz da ginga seu modo de sobreviver no interesse estritamente pessoal, aprendida apenas com o canto majestoso daquele pássaro, o Curió!