A INVEJA

"Muitos afirmam que o sexo feminino é mais invejoso do que o masculino, isso é mentira!

Inveja, um mal não tão secreto... Faça o diagnóstico! ( Lígia Guerra) - Um olhar feminino
Homens e mulheres sentem inveja e ela tem as mesmas consequências funestas para ambos. Durante as minhas pesquisas para escrever o meu primeiro livro “O segredo dos invejáveis”, isso ficou muito claro, os homens são tão invejosos quanto as mulheres. A história não me deixa mentir, com as suas narrativas de disputas de terras, de poder e de mulheres, por parte do sexo masculino. A história de Helena de Tróia foi um bom exemplo, invejada pelas mulheres e extremamente desejada pelos homens, ela acabou fazendo com que o seu marido, Menelau, também fosse vítima da inveja masculina.

Helenas, Menelaus, Laís, Rodolfos, Pedros e Joanas, cada um com as suas histórias acabam sendo pessoas importantes em seus contextos, brilham e se destacam ao seu modo e, mesmo sem desejar, despertam sentimentos de ciúme, cobiça e inveja. Aliás, é muito importante compreender a diferença entre essa tríade para que o diagnóstico da inveja possa ser realizado. O ciúme é a vontade de manter o que se tem; a cobiça é o desejo por algo que não se tem; enquanto a inveja é querer que o outro não tenha! O ciúme e a cobiça, até certo ponto, podem nos impulsionar a sermos melhores.

Imagine que você vá visitar o seu namorado no trabalho, ao chegar lá percebe que ele está na maior conversa com uma colega super inteligente. Ele a apresenta, vocês conversam, despedem-se, aparentemente tudo normal, mas você sai de lá incomodada e insegura. Ao invés de ter um surto de ciúmes você reconhece para si mesma que precisa ler mais, estudar e correr atrás de mais conhecimento. O seu ciúme a impulsionou a ser mais culta e a descobrir um mundo novo, a sua autoconfiança se fortifica e o ciúme evapora. A cobiça também pode nos fazer correr atrás de oportunidades melhores e a desenvolver capacidades latentes.

Recordo de uma amiga da época da faculdade que fazia tricô, ela comprava os seus livros com o dinheiro das blusas e dos cachecóis que vendia, ela serviu de inspiração para muitas pessoas que passaram a vender doces, roupas, a traduzir textos... Infelizmente ela também foi alvo da inveja de outros.

Naquela época comecei a compreender que um dos aspectos mais invejados do ser humano é a sua força interior. Sabe aquele brilho que se destaca no meio da multidão? A pessoa nem é tão bonita ou inteligente, não ganha milhões, por vezes tem que correr muito para dar conta do orçamento, mas ela tem um algo a mais, tem luz própria! Isso me faz lembrar da história da serpente e do vaga-lume. A serpente perseguia o vaga-lume por toda a parte, mas ele fugia, corria e resistia. Assim foram passando alguns dias até que ele, muito cansado, parou de fugir e disse a serpente:
- Posso lhe fazer uma pergunta?
- Não costumo abrir esse precedente para ninguém, mas já que vou te devorar mesmo, pode perguntar, disse a serpente.
- Eu pertenço a sua cadeia alimentar?
- Não
- Eu te fiz algum mal?
- Não
- Então, por que você quer acabar comigo?
- Porque não suporto ver você brilhar!
Quem nunca teve um amigo ou amiga que nunca soube o que queria da vida, até você começar a falar dos seus projetos pessoais? Você comenta que vai fazer um concurso público e no dia seguinte lá está ele estudando para fazer o mesmo concurso que o seu. Os invejosos querem realizar os seus sonhos porque eles não têm sonhos próprios, são extremamente competitivos e maledicentes, não se regozijam com a alegria de ninguém, não vivem, vegetam! O invejoso está sempre vampirizando a energia alheia, são aqueles que nunca elogiam nada e quando o fazem sempre destilam algum comentário maldoso do tipo:
- “Foi promovido? Parabéns, você mereceu conquistar essa promoção, só espero que você dê conta!”
- “Que linda que você está nesse vestido, finalmente conseguiu emagrecer!”
Um outro indício dos invejosos é a sua fixação por amuletos, figas, simpatias, fitas vermelhas no carro, eles vivem protegendo-se de um sentimento que conhecem muito bem! Aqueles que padecem desse mal sofrem com as conquistas alheias, por vezes chegam a adoecer, deprimem facilmente e amargam a própria incapacidade de sair da inércia da sua existência vazia. São ressentidos com a vida e julgam-se vítimas dela, vivem reclamando e martirizando-se, querendo incitar sentimentos de piedade.

Quando conquistam algo que julgam importante, exibem feito troféus. Adoram expor a vida pessoal e tentam estimular a inveja em outras pessoas, feito um comercial de TV: “Vejam como eu sou feliz!”. Agem dessa forma por que não reconhecem o próprio valor, então necessitam que o olhar alheio confirme o que eles mesmos não conseguem encontrar, mas que vivem procurando, equivocadamente, na vida alheia."

Um comentário:

Joana D'Arc disse...

A inveja é a arma dos medíocres e incompetentes.