Serra: tenho gosto em pensar o quanto precisa ser feito

VEJA ELEIÇÕES

Às 14h30 desta segunda-feira, foi encerrado o discurso do candidato do PSDB à Presidência José Serra durante o almoço-debate com empresários do Grupo de Líderes Empresariais (Lide) em São Paulo. Depois de muito criticar o governo Lula e sua principal adversária, a petista Dilma Rousseff, o tucano respondeu a algumas perguntas da plateia e foi aí que ele falou um pouco de seus projetos para o futuro do Brasil.

Na educação, como bandeira fixa de sua campanha, Serra falou sobre o ensino técnico. Para ele, o investimento nesse tipo de ensino serve para “aumentar a motivação e o rendimento” dos alunos. Além disso, o candidato afirmou que vai investir em treinamento e qualificação – em cursos rápidos, de 3 a 4 meses -, para os desempregados do país.

Quanto à saúde, Serra diz que vai continuar investindo no SUS (Sistema Único de Saúde), além de exames, consultas e clínicas de especialidade. “A saúde não parou, mas deixou de andar para frente”, afirmou o tucano. “Esfrego as mãos e tenho gosto de pensar o tanto de coisas que temos para fazer no governo federal”.

Respostas polêmicas – Depois do almoço, Serra participou de uma coletiva com jornalistas e deu respostas polêmicas. Questionado sobre uma declaração que haveria dado em 2008, quando Gilberto Kassab (DEM) foi eleito prefeito de São Paulo, sobre a necessidade de alternância de poder, Serra respondeu: “Se disse isso, foi em um acesso de burrice. Não lembro desse discurso”. Isso porque a questão era sobre os 16 anos de poder do PSDB no estado de São Paulo e a necessidade de uma possível mudança.

Serra afirmou também que não comenta pesquisa de intenção de votos “em nenhuma situação” e precisou sair de uma saia-justa. Uma jornalista paraguaia questionou suas declarações durante o evento sobre “fazer filantropia” com países como Paraguai e Bolívia. Esse era o momento em que o tucano falava sobre as relações exteriores do governo Lula com países vizinhos. Para Serra, as relações externas devem ser feitas com países de grande importância econômica. A jornalista não gostou.

O evento contou com a presença de cerca de 500 empresários do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), presidido por João dória Jr., além de quase 100 jornalistas. O almoço-debate já teve as outras duas principais candidatas à Presidência, Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV), como convidadas.

José Serra (PSDB) estava acompanhado do candidato tucano ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, do prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab (DEM), do governador do estado, Alberto Goldman (PSDB) e de seu candidato a vice, deputado federal Indio da Costa (DEM-RJ), além de deputados federais e senadores de sua base aliada.

As 650 empresas que representam o Lide são responsáveis por 43% do PIB (Produto Interno Bruto) privado do país.

(Marina Dias, de São Paulo)