Lula cria um enredo teatral para evitar os estragos causados pelo caso Erenice

Vestido para enganar -

Por Ucho Hadadd - ucho.info
Analisando as entranhas do escândalo que ejetou Erenice Guerra da Casa Civil é possível perceber que nos últimos dias ocorreram falas desconexas no Palácio do Planalto e no staff da campanha de Dilma Rousseff. Tão logo foi informado do assunto, Luiz Inácio da Silva disse que se tratava de mais ato desesperado dos adversários, preocupados com os números das recentes pesquisas eleitorais. E o presidente-metalúrgico garantiu com todas as letras que Erenice continuaria no cargo. A presidenciável petista também adotou discurso semelhante, destacando que não era responsável pelos atos de sua ex-assessora e de seus parentes.

Agora, a ordem no Palácio do Planalto e na cúpula do Partido dos Trabalhadores é dissociar o escândalo de Erenice Guerra da campanha de Dilma Rousseff. Prova disso é que Luiz Inácio da Silva ordenou aos seus estafetas que a exoneração de Erenice fosse transformada em pedido de demissão. Em carta melancólica endereçada a Lula e lida na quinta-feira (16) pelo porta-voz da Presidência da República, a então ministra alegou que precisa de “paz e tranquilidade” para se defender das acusações que se acumularam nos últimos dias.

No PT, o presidente nacional da legenda, José Eduardo Dutra, tratou de minimizar os fatos e disse que a candidata Dilma Rousseff nada tem a ver com o episódio. Uma tentativa inócua de escapar do problema, pois quando as negociatas ocorreram a Casa Civil estava sob o comando da atual presidenciável petista. E Dilma não pode, a exemplo do que sempre faz o companheiro Lula, alegar que não sabia.

Dutra afirmou cobrará da Polícia Federal uma severa investigação do caso, mas trata-se de mais uma bravata para enganar o eleitor, pois até hoje nada aconteceu com Waldomiro Diniz, protagonista do primeiro escândalo de corrupção da era Lula, com José Dirceu e os mensaleiros e com os aloprados que se envolveram no fatídico Dossiê Cuiabá. Essa estratégia combinada passa à opinião pública a falsa sensação de que nada aconteceu e que tanto Erenice quanto o governo estão interessados em esclarecer os fatos.

Para Lula da Silva a hipótese de demitir Erenice Guerra estava descartada no começo da semana, mas informações mais concretas sobre os possíveis estragos que o imbróglio deve causar na campanha de Dilma Rousseff levaram o presidente-metalúrgico a mudar de ideia. Especialmente porque Lula, que nas ultimas semanas deixou de presidir o Brasil para se transformar em cabo eleitoral, não toma nenhuma atitude sem antes consultar os números das pesquisas, mesmo que estas sejam internas e de consumo exclusivo do partido.

Um comentário:

Anônimo disse...

Impeachment do Lula e cassacao de Dilma já!.Tudo se passa na sala ao lado do presidente e ele quer dar de "bobinho"?
Tamanho cinismo.