Netinho ataca a imprensa e se diz vítima da elite

Por Daniela Lima - Folha.com
Netinho de Paula (PC do B), candidato ao Senado na chapa do PT, fez ataques na noite de hoje ao que chamou de "elite paulistana" e "parte da imprensa".

Durante discurso em comício em São Bernardo do Campo, ao lado do presidente Lula e do candidato ao governo do Estado pelo PT, senador Aloizio Mercadante, Netinho disse que estava sendo perseguido.

"Nos últimos dias eu senti na pele o ódio da elite paulistana e de uma parte da imprensa, que inventa mentiras", afirmou.

Netinho citou Lula no discurso, dizendo que imaginava o que "o presidente havia sofrido". Lula também fez críticas à imprensa, em discursos em prol da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência.

O candidato narrou aos militantes episódio da última terça-feira, quando a Polícia Civil esteve em sua casa, em Alphaville, e fotografou a área externa do imóvel. Netinho é alvo de inquérito aberto a pedido do Ministério Público Eleitoral de Barueri, que investiga se o cantor omitiu bens em sua declaração á Justiça Eleitoral.

Ele vive em uma casa avaliada em R$ 2 milhões, que não está em sua declaração. "Todo mundo aqui sabe de onde vem o meu dinheiro. Eles foram na minha casa, bateram na porta e disseram: 'É a polícia'. Meu filho perguntou se eles tinham mandado. E eles não tinham", disse Netinho.

Segundo a Polícia Civil, apenas a área externa da casa foi fotografada, por conta da investigação promovida pelo Ministério Público, e portanto não haveria necessidade de mandado.

O candidato disse que está sendo alvo de ataques porque "o negrão está incomodando". "Mas vai incomodar muito mais. Eu não vou responder com ódio. Vou ser um bom senador para eles [a elite e a imprensa]", ressaltou, ao final.

SOLIDARIEDADE

Marta Suplicy (PT), que também concorre ao Senado e está no evento, disse ser solidária a Netinho.

"O adversário liga para o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) para impedir uma votação. Agora eles invadem um lar. E isso não está sendo feito por petista. Se o presidente fosse antidemocrático, ele estaria disputando o terceiro mandato e vencendo a eleição", afirmou Marta.

A petista estava se referindo ao telefonema dado por José Serra (PSDB), candidato à Presidência, ao ministro Gilmar Mendes, do STF, às vésperas de votação de ação inciada pelo PT. O telefonema foi alvo de reportagem publicada hoje pela Folha.

O comício de hoje é o último da campanha de Mercadante. O presidente Lula ainda não discursou.

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