A servidora da Receita Federal Ana Maria Rodrigues Caroto Cano, e seu marido, o contador José Carlos Cano, são investigados pela Polícia Civil de São Paulo por forjarem autorizações de acesso a dados fiscais de pelo menos 24 contribuintes de Mauá, no ABC paulista. Em depoimento nesta sexta-feira na Seccional de Santo André, Ana Maria disse que agia por orientação da Corregedoria da Receita, como uma forma de justificar agora acessos não autorizados feitos em agosto do ano passado. “Ana Maria disse ter acessado as informações fiscais a pedido de amigos e parentes, de forma não regular e, por isso, agora buscava as autorizações, instada pela Corregedoria”, disse ao site de VEJA o diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), Marcos Carneiro Lima.
Em nota à imprensa divulgada no início da noite de sexta, o corregedor-geral da Receita, Antônio Carlos d’Ávila Carvalho, contesta a informação. “A Corregedoria-Geral da Receita contesta e repudia a informação de que haveria orientado a servidora Ana Maria Rodrigues Caroto Cano, que está sob investigação, a providenciar qualquer documento para encobrir ou justificar irregularidades cometidas”, informa a nota.
A polícia chegou ao casal por meio da denúncia de um aposentado. O homem disse ter sido procurado por um desconhecido, que a polícia depois descobriu ser José Carlos, para assinar uma autorização de acesso a suas declarações de Imposto de Renda de 2008 e 2009.
No escritório do contador, os policiais apreenderam 23 documentos, sem data e ainda não assinados, nos seguintes termos: “declaro que autorizei Ana Maria Rodrigues a acessar o conteúdo de minhas declarações de Imposto de Renda de 2008 e 2009 em agosto de 2009”. Para o delegado Marcos Carneiro, poderia ser uma tentativa de “esquentar” as quebras de sigilo.
Atella – A polícia paulista apura agora uma possível ligação entre o casal e Antonio Carlos Atella Ferreira, que acessou, com procurações falsas, na unidade de Santo André da Receita, dados fiscais de Verônica Serra e de Alexandre Bourgeois, filha e genro do candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra. “Aguardamos a autorização da Justiça para ter acesso ao extrato de ligações telefônicas de Atella”, disse Carneiro.
O boletim de ocorrência com o depoimento de Ana Maria foi juntado à investigação de falsidade documental e ideológica, comandada pela Seccional de Santo André da Polícia Civil, e também enviados à Polícia Federal, que apura o caso de quebra de sigilo na Receita.
Mais informações sobre este caso em VEJA desta semana, que chega às bancas neste sábado.
Um comentário:
O Governo petralha é uma sujeira só, e quanto mais mexe mais féde!
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