O ESTADISTA E A OGRA


Transcrito do NOVO JORNAL, Natal (RN), 10/10/2010

Por Franklin Jorge
Começou o segundo turno. Agora, num embate que deve levar em consideração a biografia dos candidatos, José Serra tem a faca e o queijo na mão para mostrar o seu valor em relação à candidata petista, Dilma Rousseff, ardilosamente escolhida pelo presidente Lula para sucedê-la, não em consideração ao seu valor pessoal, mas à facilidade que teria de continuar mandando numa eventual vitória dos governistas.

Dilma lembra-me muito a ex-governadora Wilma de Faria. Não pelo fato de serem ambas sessentonas recauchutadas, mas pelo despreparo intelectual que se reflete, até, na emissão das palavras e sobretudo no pauperismo vocabular que denota a falta de leitura e o traquejo com a cultura, elementos imprescindíveis a um gestor qualificado.

No caso de Dilma, o caso se agrava, pois a sua ação se estenderia a um país inteiro e não apenas a um Estado, como o Rio Grande do Norte, que já teve a sorte de ter governantes como Aluízio Alves, que soube valorizar a cultura e empreendeu a modernização do Rio Grande do Norte.

tMas, voltemos ao tema do momento, Serra e Dilma. O primeiro, um presidente com biografia, tem tudo para tornar-se um estadista, ou seja, um governante que no presente planeja o futuro e cria perspectivas de bem-estar para todos e não apenas para alguns.

Há pouco, conversando com um amigo que teve alguma convivência com Serra - quando ambos trabalharam na Eletropaulo -, ele enaltecia em Serra o homem íntegro e o administrador capaz. Para ele, seu grande desafio agora será o de vencer a própria teimosia. Para vencer a ogra petista ele terá de despir as luvas de pelica e enfrentar a sua adversária de homem para homem, acrescento eu, ou seja, sem contemplações pelo fato de estar disputando a Presidência da República com uma mulher que tem como fato mais notável de sua biografia o seu ateísmo e a ferocíssima militância numa facção terrorista que matou e assaltou bancos durante os “anos de chumbo”, relacionados com a ditadura militar. E, embora ela negue, a participação no sequestro do embaixador americano Charles Elbrick, esta dúvida não está de todo esclarecida.

Esquerdistas ambos, até nisso podemos observar a diferença existente entre Serra e Dilma. O primeiro lutou contra a ditadura, mas no plano das ideias, sem pegar em armas e sem colocar em risco a integridade de quem quer que seja. Seu intuito era o de libertar do jugo totalitário e o restabelecimento da democracia, banida que fora pela ditadura instaurada com a tomada do poder pelos militares em 1964. Quanto a Dilma, seu intuito era bem outro. Ligada aos extremismos, seu projeto político tinha um foco claro: trocar uma tirania por outra, ou seja, substituir a ditadura militar por uma ditadura stalinista, a mesma espécie de ditadura que arruinou países como a Rússia e Cuba, além de promover o extermínio de milhares de pessoas. Sob este ponto de vista, não é Dilma uma candidata cristã. Seu compromisso não é com a vida, mas com a morte.

Afilhada de José Dirceu, que tem desempenhado importante papel em sua campanha, Dilma foi escolhida por Lula não porque seja a pessoa certa para governar o Brasil, mas por sua ferocidade e facciosismo deletério. Neste aspecto, o presidente Lula fez a escolha certa: não podendo indicar o próprio José Dirceu para sucedê-lo, por causa do famoso escândalo que acabou em pizza, fixou-se em Dilma e a nomeou justamente para o cargo antes ocupado por José Dirceu, a Casa Civil da Presidência da República, hoje popularmente conhecida como “Casa Vil” ou “Casa de Mãe Joana”, numa alusão espirituosa à rainha que transformou o seu governo em bordel.

Dilma, mulher sem religião e sem fé, unicamente voltada para o exercício do poder absoluto e do desfrute das benesses que o poder proporciona aos inescrupulosos, tem tudo para fazer tudo aquilo que o presidente Lula gostaria de ter feito, mas acovardou-se quando pressionado pela imprensa livre a rever suas posições absolutistas, voltadas para o amordaçamento dos seus adversários. Afinal, os ditadores não gostam de ser contrariados em seus desígnios. Dilma, não. Com um perfil de terrorista, nada a impediria de colocar em prática as restrições que repudiamos e que não tem nada a ver com democracia.

Nesse segundo turno precisamos manter olhos e ouvidos bem abertos, para não incorrermos em erro que teria grandes e desagradáveis consequências, entre as quais, a mais grave, a instauração de um regime ditatorial inspirado em tiranos como Mahmoud Ahmadinejad, Hugo Chávez e Fidel Castro, que têm se destacado universalmente como torturadores do seu povo.

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