A “Tupamara” de Dilma e o sumiço de R$ 5 milhões

Reinaldo Azevedo - Veja Online
Não deixem de ler reportagem de Diego Escotesguy sobre uma amizade de Dilma Rousseff que começou na cadeia e que, no momento, está enroscada no TCU em razão do sumiço de R$ 5 milhões. Segue trecho:

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A uruguaia Maria Cristina de Castro (foto) era uma jovem sindicalista e simpatizante do Partido Socialista quando se apaixonou pelo brasileiro Tarzan de Castro, militante de esquerda exilado em Montevidéu. Corriam os primeiros anos da década de 70. (…). “Nós nos conhecemos no camburão”, contou Cristina de Castro a VEJA, numa entrevista há duas semanas. Em 1970, ela e o companheiro fugiram para o Brasil. Pouco tempo depois, no entanto, a polícia estourou o esconderijo dos dois. Presa e acusada de atividades subversivas, a uruguaia foi transferida para o Presídio Tiradentes. em São Paulo. Lá, veio a conhecer a companheira de guerrilha que, trinta anos depois, mudaria o destino de sua vida: Dilma Vana Rousseff, presa por militância no grupo de extrema esquerda VAR-Palmares. Conta Cristina: “Dividíamos um beliche na cela. Partilhávamos tudo, nossa intimidade. Ela se tornou uma grande amiga”. Dilma a apelidou carinhosamente de Tupamara, referência aos Tupamaros. grupo guerrilheiro que desafiava a ditadura militar uruguaia.

Finda a temporada na cadeia, cada uma seguiu seu caminho. Em 2003, quando Lula assumiu a Presidência da República, a companheira de cela de Cristina tornou-se ministra das Minas e Energia. Dilma se lembrou da Tupamara, que morava em Goiânia e militava no PT. “Dilma me chamou para trabalhar diretamente com ela”, disse Cristina de Castro, nomeada assessora especial no gabinete da amiga. Não se sabe o que credenciou a uruguaia a exercer um cargo tão relevante e estratégico - a não ser a “grande amizade” com a candidata Presidência. Dilma deixou a Pasta de Minas e Energia em 2005 para ocupar a chefia da Casa Civil. Cristina de Castro continua ali até hoje. Já viajou seis vezes ao Uruguai com as despesas custeadas pelos brasileiros que pagam impostos.

Os auditores do Tribunal de Contas da União (TCU) e técnicos do Ministério de Minas e Energia, porém, acusam Cristina de Castro de conduta imprópria que vai muito além, em volume de dinheiro, de viajar ao país natal por conta dos cofres nacionais. As suspeitas dizem respeito a um contrato de 14 milhões de reais, dos quais 5 milhões podem ter sido desviados. O caso remonta ao primeiro ano do governo, quando Dilma baixou uma portaria concedendo “plenos poderes” à amiga para que coordenasse a modernização da área de informática da pasta. O que fez a assessora? Em vez de elaborar um plano, montar um projeto e licitar os serviços e produtos necessários, Cristina de Castro entregou tudo ao CPqD - fundação privada com sede em Campinas que, até as privatizações dos anos 90, pertencia ao sistema Telebrás. Essa fundação faz pesquisas e presta serviços de informática.

Leia na revista os outros detalhes dessa história.

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