Guerra civil no Rio já provocou 12 mortes só nesta quarta-feira

Operações da PM, que está de prontidão em todo o Rio, deixam mortos

Ana Claudia Costa, Flavia Lima, Gabriel Mascarenhas, Tais Mendes, Vera Araújo - O Globo, Extra
CBN, GloboNews

RIO - Doze pessoas foram mortas e treze foram presas nas operações que a Polícia Militar (PM) realiza nesta quarta-feira em comunidades do Rio, com o objetivo de encontrar os envolvidos nos ataques que estão levando pânico à população. No Morro da Fé, um policial militar foi ferido em confronto com bandidos. Ele foi socorrido no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, e levado, em seguida, para o Hospital Central da PM, no Estácio.

Veja imagens dos ataques dos bandidos e da reação da polícia nesta quarta

No Tuiuti, em São Cristovão, uma pessoa morreu e duas pistolas 380 foram apreendidas. No Morro do Faz Quem Quer, em Rocha Miranda, foram três mortos e duas pistolas e um revólver apreendido. Nas comunidades Guaxa e Jardim Floresta, em Belford Roxo, foram oito mortos, dois presos, além de um fuzil AR15, três pistolas 9mm, uma pistola 380, uma espingarda calibre 12, uma pistola 40, uma submetralhadora calibre 9mm, e três mochilas com drogas apreendidos.

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No Morro do Encontro, no Grajaú, uma pessoa foi presa. Na Vila Kennedy, uma pessoa foi presa, uma granada, duas bombas caseiras e uma garrafa pet com material inflamável foram apreendidos, além de uma moto recuperada. Em Anchieta, duas pessoas foram presas e cinco litros de combustível apreendido. No Morro da Fé, na Penha, um policial foi baleado no braço direito e passa bem. Em Antares, duas pessoas foram presas e grande quantidade de entorpecente ainda não contabilizado (maconha, crack e lança perfume) foi encontrado. Na Favela do Rola, em Santa Cruz, cinco foram preso, sendo um participante da queima de ônibus.

No início da tarde, policiais do Bope entraram na Vila Cruzeiro pela Avenida Nossa Senhora da Penha e foram recebidos a tiros. Comerciantes do Centro da Penha fecharam as portas. Os bandidos chegaram a jogar, durante a tarde, duas bombas artesanais embaixo do caveirão do Bope. O carro blindado teve que descer a comunidade para que os policiais pudessem apagar o princípio de incêndio no largo que fica em frente à entrada da igreja da Penha.

Diante dos inúmeros ataques de traficantes que estão aterrorizando a população do Rio, a PM entrou em estado de prontidão a partir de agora por determinação do Comando Geral. Nenhum policial pode retornar para casa e todos os que estão de folga estão sendo chamados a seus batalhões. O comandante geral da PM, Mário Sérgio Duarte, assinou a mensagem na manhã desta quarta-feira. A determinação é válida para todos os batalhões do estado.

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Na terça-feira, a PM já estava no sistema Fecha Quartel, no qual os policiais militares que trabalhavam no hospital e na banda, mecânicos e até policiais lotados em serviços burocráticos passaram a integrar o patrulhamento nas ruas. As atividades administrativas foram suspensas e todos os policiais em condições médicas e físicas foram para as ruas.

Os ataques continuaram entre a noite de segunda-feira e a manhã desta quarta, mesmo após o reforço no patrulhamento. Nesse período, já são quatro ônibus e nove carros incendiados, e uma cabine atacada no Centro de Caxias.

Na terça-feira, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, anunciou que a policia do Rio vai endurecer ainda mais com os bandidos. Beltrame afirmou que duas facções criminosas estariam se unindo. Por isso, oito presos serão transferidos para o Presídio Federal de Porto Velho. No mesmo local, já estão os dez traficantes presos depois da invasão do Hotel Intercontinental, em São Conrado, em agosto passado.

Beltrame afirmou ainda que há informações de que Marcinho VP está por trás dos ataques. O secretário revelou que há uma suspeita da união de duas facções criminosas. Por isso, a secretaria está pedindo à Vara de Execuções Penais (VEP) a transferência de oito presos, de uma lista de 13, que seriam suspeitos de planejar os ataques. A VEP ainda não decidiu a respeito.

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