Marcelo Remígio - O Globo
Ex-procurador da Fazenda Nacional suspeito de envolvimento com o escândalo do mensalão do PT, Glênio Sabbad Guedes enfrenta nova acusação: foi denunciado pelo Ministério Público por corrupção ativa ao pagar propina mensal a policiais federais. Em troca, eles atrapalhariam as investigações do inquérito sobre o mensalão. Conforme noticiado na coluna de Ancelmo Gois, o ex-procurador está preso na Penitenciária Jonas Lopes de Carvalho (Bangu 4), na Zona Oeste do Rio.
" As prisões preventivas foram cumpridas durante operação que também coibiu a exploração de caça-níqueis e a adulteração de combustível "
Glênio foi preso por policiais federais no dia 25, em seu apartamento em Ipanema, na Zona Sul do Rio. A prisão preventiva foi decretada após o Ministério Público Federal apresentar denúncia à 1ª Vara Federal Criminal. Além do ex-procurador da Fazenda Nacional, foram presos os policiais federais Sérgio Retto e Carlos Alberto Rodrigues dos Santos, acusados de corrupção passiva. Em troca de propina mensal, eles atrasavam procedimentos de apuração das denúncias envolvendo Glênio com o mensalão do PT. Também foi preso o auditor da Receita Federal Jorge Alves Ferreira, que integraria o esquema.
No episódio do mensalão, Glênio teria recebido do empresário Marcos Valério de Souza R$ 1,1 milhão para atuar em favor de bancos. A dupla é acusada de falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Demora em diligências chamou a atenção da Justiça
De acordo com o procurador da República Marcelo Freire, as investigações do esquema de corrupção envolvendo Glênio e os policiais começaram após a Justiça identificar a lentidão em ações como diligências.
- As prisões preventivas foram cumpridas durante operação que também coibiu a exploração de caça-níqueis e a adulteração de combustível.
Ainda segundo a Justiça, os policiais ofereciam serviços de "blindagem" de réus envolvidos com as máfias dos combustíveis e dos caça-níqueis. Também vendiam informações sobre investigados a grupos rivais, que disputam o mesmo mercado.
Promovida pela Polícia Federal com a participação da Corregedoria Geral da Polícia Militar do Rio, a operação, batizada de Halloween, resultou na prisão de 22 pessoas e no cumprimento de 50 mandados de busca na capital e nos municípios de Duque de Caxias, Guapimirim, Macaé, Niterói e Petrópolis
Nenhum comentário:
Postar um comentário