LARYSSA BORGES
Direto de Brasília - TERRA NOTÍCIAS
A Casa Civil informou neste domingo que foi encerrada, sem a indicação de nenhum culpado, a sindicância aberta dentro do governo para apurar supostas irregularidades e denúncias de tráfico de influência envolvendo a pasta então sob comando da ex-ministra Erenice Guerra.
Os dois alvos da investigação, Vinicius Castro e Stevan Knezevic, não foram apontados como culpados nas denúncias de tráfico de influência, ainda que houvesse a suspeita, denunciada por órgãos de imprensa, de que Castro teria recebido R$ 200 mil em propina e de que Stevan tivesse feito tráfico de influência para viabilizar contratos nos Correios e no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Ainda de acordo com a Casa Civil, a sindicância, iniciada em 16 de setembro do ano passado, propôs a abertura de processo administrativo disciplinar (PAD) para apurar um convênio firmado em fevereiro de 2005, na gestão do então ministro José Dirceu, envolvendo a empresa Unicel. No auge das denúncias contra Erenice Guerra, uma suspeita é a de que o empresário José Roberto Camargo Campos, marido da ex-ministra e ex-diretor da empresa Unicel, teria a companhia favorecida pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na obtenção de licença para operar telefonia móvel via rádio. Conforme as denúncias, apesar de pareceres técnicos contrários, tanto a agência quanto o tribunal de controle votaram favoravelmente à concessão da licença para a empresa.
Um comentário:
Publicado na Tribuna da Imprensa
Milagre de Natal: desapareceu na Casa Civil o documento que poderia incriminar Erenice Guerra e o marido dela, José Roberto Camargo Campos, na negociata da empresa Unicel.
(Carlos Newton)
Erenice Guerra era a convidada mais feliz, saltitante e risonha, na posse da presidente Dilma Rousseff. O sorriso ia literalmente de orelha a orelha, praticamente engolia o rosto dela.
No meio da multidão, somente Erenice e mais meia dúzia de pessoas sabiam que a comissão de sindicância instaurada na Casa Civil, para apurar denúncas de tráfico de influência envolvendo os servidores Vinícius de Oliveira Castro e Stevan Knezevic, terminara sem apontar nenhuma irregularidade por parte dos dois e, portanto, sem punições.
Para a exultante Erenice Guerra, era como se todas as acusações que pesam sobre ela subitamente tivessem se dissipado. Tudo não passara de um pesadelo. Mas agora ela podia voltar a ter sonhos, porque a providência principal já fora executada.
Como num milagre de Natal, desapareceu na Casa Civil o documento original do convênio assinado em 2005 entre a Unicel e a diretoria de telecomunicação da Casa Civil para testes de um serviço móvel especializado (rádios comunicadores). Por coincidência, é claro, na época a Unicel tinha como diretor comercial o marido de Erenice, José Roberto Camargo Campos.
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