Por Josias de Souza - Folha Online
Auditorias e tomadas de contas feitas pela Controladoria-Geral da União revelam: Os dez órgãos mais disputados por PT e PMDB produziram desvios de R$ 1,3 bilhão.
O monturo de irregularidades refere-se a um período de quatro anos (2007-2010). Dado o volume e a reiteração, os desvios eliminam até o benefício da dúvida.
O governo deveria aproveitar as auditorias como oportunidade para a higienização. Porém, os malfeitos convertem-se em oportunidades que os partidos aproveitam.
Aos exemplos: FNS (irregularidades de R$ 663 milhões), Funasa (R$ 486,6 milhões), INSS (R$ 87,3 milhões), Correios (R$ 21,12 milhões), Incra (R$ 31,4 milhões)...
...Embratur (R$ 14,4 milhões suspeitos), Conab (R$ 13,6 milhões), Etc (R$...). Da CGU, o esquadrinhamento de gastos vai ao TCU (Tribunal de Contas da União).
Ali, tenta-se reaver verbas e impor punições. Coisas só obtidas de raro em raro. A despeito do nome, o "tribunal" de contas não compõem o Poder Judiciário.
Trata-se de órgão auxiliar do Congresso, com plenário apinhado de ex-congressistas. Nem todos os casos chegam à Polícia Federal. Apenas os mais desavergonhados.
Sob espalhafato, realizam-se prisões e operações de busca e apreensão. As detenções, por temporárias, logo são relaxadas. Seguem os inquéritos.
Quando bem sucedidos, resultam em denúncias do Ministério Público Federal. As que são convertidas em ações penais passam a correr no ritmo arrastado da Justiça.
Atônita, a platéia indaga: por que as verbas do Orçamento ainda saem pelo ladrão? Convém inverter a pergunta: porque os ladrões continuam entrando no Orçamento?
O governo diz que é por causa da necessidade de assegurar a governabilidade. Dá-se, assim, a conversão de um vocábulo nobre em sinônimo de perversidade.
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