Sem luz, Nova Friburgo pede velas; comerciantes mantêm portas fechadas

Nós pagamos os impostos mais caros do mundo para sustentar os vagabundos que se apossaram do Cofre Público, para viver a vida dos reis e rainhas, ou melhor: da elite afortunada. Quando vejo crianças jogadas na tragédia e miséria, penso nas marmitas mais caras de Collor. Embora, seja permitido alimentar seus comissionados, elas custam o dobro do preço. Claro, que 30.000 é dinheiro de pinga para um governo milionário custeado pelo contribuinte que paga exatamente para que haja uma política social decente. Ora, quanta besteira estou dizendo... O quê isso importa para uma gente sem inspiração nenhuma para o bem comum. Não podíamos esperar por nada melhor quando o padrão é feito de compadrio tupiniquim. Uma gente barata, mas muito cara ao contribuinte.
Ultimamente ando preferindo assistir o sítio do Pica-pau-amarelo. Cada bruxa por lá! Quem sabe eu descubra o pó de pilim-pin-pin... MOVCC/Gabriela



DIANA BRITO, ENVIADA ESPECIAL A NOVA FRIBURGO
DE SÃO PAULO - Folha.com
Após os estragos causados pela chuva, ainda falta luz em áreas de Nova Friburgo (RJ), o que prejudica o resgate de vítimas da chuva em algumas regiões. A prefeitura pede a fabricantes doações de velas. O número de mortos em cinco municípios da região serrana chega a 568 desde a chuva do último dia 11 (veja abaixo).

Poucos comerciantes se arriscaram a abrir as portas neste sábado, enquanto outros optaram em permanecer fechados com medo de saques. Voltou a chover hoje.

Bombeiros, policiais e voluntários não param e circulam de uma ponta a outra da cidade com veículos em alta velocidade. A cidade tem mais de 250 mortos, 5.200 desabrigados --que perderam as casas e dependem de abrigos públicos-- e ao menos 5.000 desalojados --temporariamente na casa de amigos e parentes. A estimativa é de cerca de 250 desaparecidos em Petrópolis.

A correria dos resgates e os corpos que não param de chegar aos IMLs improvisados mostram um cenário desolador. Mesmo com a chuva intensa no início da tarde, moradores caminham desorientados pelas ruas. Eles queriam saber de jornalistas e autoridades o número oficial de mortes.

As capelas do cemitério do centro da cidade permaneciam lotadas e com um cheiro forte devido à grande quantidade de corpos que não param de chegar.

A prefeitura anunciou a desapropriação de um terreno para a construção de 3.000 unidades habitacionais, em parceria com o governo do Estado.

VELAS

Sem energia elétrica há quatro dias, a prefeitura apela a fabricantes de velas para que façam uma doação do produto para a cidade. Segundo a assessoria, cerca de 70% do município já têm o serviço de energia restabelecido, porém há bairros e distritos inteiros onde moradores sofrem com a falta de energia.

A escuridão em determinadas regiões também dificulta o trabalho de resgate das vítimas e de limpeza das casas e das ruas. De acordo com a prefeitura, o estoque de velas nos mercados da cidade já terminou.

A Polícia Militar solicita doações de leite e fraldas em postos municipais. Concessionárias de vias próximas informaram que também recebem doações em pedágios.


Segundo último balanço da Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil, 568 pessoas morreram na região --264 em Nova Friburgo, 238 em Teresópolis, 46 em Petrópolis, 16 em Sumidouro e 4 em São José do Vale do Rio Preto.

A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta sexta-feira o envio de R$ 100 milhões para ajudar as cidades serranas do Rio, informou o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. O dinheiro faz parte de um total de R$ 780 milhões liberados por Dilma, por meio de medida provisória editada na quarta-feira (12), para as cidades e Estados prejudicados pelas chuvas.

RISCO

Reportagem publicada na edição deste sábado da Folha mostra que um estudo encomendado pelo próprio Estado do Rio de Janeiro já alertava, desde novembro de 2008, sobre o risco de uma tragédia na região serrana fluminense.

A situação mais grave, segundo o relatório, era exatamente em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, os municípios mais devastados pelas chuvas e que registram o maior número de mortes. Essas cidades tiveram, historicamente, o maior número de deslizamentos de terra.

O estudo apontou a necessidade do mapeamento de áreas de risco e sugeriu medidas como a recuperação da vegetação, principalmente em Nova Friburgo, que tem maior extensão de florestas.

O secretário do Ambiente do Rio, Carlos Minc, disse que o mapeamento de áreas de risco foi feito, faltando "apenas" a retirada dos moradores, e que os parques florestais da região também foram ampliados.

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