Símbolos

Prof.ª Aileda de Mattos Oliveira
(Membro da Academia Brasileira de Defesa)

Vivemos num mundo de símbolos. Se não os percebemos é por já se terem tornados familiares aos nossos olhos. No entanto, num ato ritualístico, os símbolos destacam-se como representação dos valores adquiridos pelo povo, pela nação. Não me refiro, apenas, aos sacralizados pelas conquistas históricas do país. Incluo os símbolos do comportamento humano no momento marcante da passagem de comando em que mudam de mãos e de cabeça os destinos de uma potência em ascensão, no cenário internacional.

Na nossa visão, a cor branca do vestido da Sucessora suavizou a atmosfera do país e relaxou os nervos dos que a esperavam surgir com o pesado vermelho-guerrilha. Demonstrou independência em relação ao partido que a apoiou ao anunciar, pela roupa e pelas palavras, que “governará para todos”. Como o branco é o conjunto de todas as cores, até aí, manteve a coerência de ideias.

Mas retornou ao vermelho ao fazer-se de mártir na “luta pela democracia”, em ambos os discursos proferidos: no Senado e no Parlatório. Os símbolos visual e verbal se chocaram, conflitaram-se. Voltou ao vermelho quando, a pretexto de valorizar a mulher no seu governo, escolheu, a dedo, as militantes das antigas células sanguíneas da luta armada. Elas, em absoluto, representam a Mulher Brasileira.

A simbologia de suas fisionomias demonstra o que vieram fazer. Já começaram. Querem abrir os dossiês da tortura da tal “ditadura militar”, responsável, infelizmente, pela presença dessa gente nos altos postos da República, há mais de oito anos. Que se abra tudo, que se escancarem ao mundo os registros de que tanto fala esse PNDH-3.

Porém, que se exponham aos olhos nacionais e internacionais os dossiês de ambos os lados, mostrem o vídeo em que o anterior Ministro da Comunicação Social narra o sequestro do embaixador americano e a sua disposição de eliminá-lo. Mostrem o corpo do soldado explodido na porta do quartel. Mostrem os justiçamentos feitos pelos próprios ‘”companheiros” de anarquia. Mostrem o corpo do tenente da Polícia paulista, com o crânio esfacelado, pelas costas. Mostrem tudo, roubos, assaltos a banco, etc., etc.

Acham a imprensa e o povo que as ações dos traficantes ao incendiarem carros e ônibus são atos terroristas e lembraram-se das Forças Armadas. Estão elas nos morros, onde jamais deveriam estar, por não lhes caber a função de polícia. Como, então, não admitirem serem atos terroristas, os cometidos em 64: assassinatos, atentados a bomba em aeroportos e em outros locais públicos, deixando vítimas fatais e outras mutiladas, quando os jornais da época, em manchetes, acusavam o caos em que se encontrava o Estado brasileiro?

Em 64, foram às ruas clamar às Forças Armadas, povo, imprensa e Igreja pedindo a elas para trazerem a paz ao país conflagrado.

Povo, imprensa, Igreja são insensatos, ingratos, traidores, despersonalizados pela corrupção desenfreada que compra consciências. Será que não restou algum resíduo de patriotismo, de civismo, de brasilidade na posse da nova governante? Onde estavam as Bandeiras Brasileiras que não compareceram ao evento histórico?

Na simbologia das cores, predominavam o vermelho dos pseudobrasileiros, e um verde-amarelo desbotado em listras oblíquas que não são o verde de Bragança e o amarelo dos Habsburgos, oficiais da Bandeira Nacional. Os símbolos do comportamento... mas que comportamento, se quem estava presente eram os eleitores da nova dirigente, que faziam “ola” no momento da execução do Hino Nacional?

Fazer o quê, gente, se nem os parlamentares tinham postura condizente com o ato! Salvou-se o Michel Temer, a quem não dispenso simpatia. Temos, porém, que ser justos.

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