Aconteceu longe dos refletores, num gabinete do Planalto. Dois auxiliares de Dilma conversavam sobre aliados rebeldes.
Concordavam que é preciso punir os deputados governistas que votarem contra o salário mínimo de R$ 545 na sessão desta quarta.
— É inadmissível.
— Inaceitável.
— Onde é que nós estamos?
— Triste.
— Desmoraliza o governo.
— Sem dúvida.
— Não pode passar sem retaliação.
— De jeito nenhum.
— Corte de todas as emendas.
— Mas, mas...
— Todas. Sem piedade!
— Mas o Mantega já não cortou as emendas?
— Tem razão, cortou.
— Então, só matando!
— Matar eu não digo, mas podemos chamar o Anderson Silva.
— Anderson?!?!?
— Campeão de ultimate fighting. Derrubou Vitor Belfort em três minutos.
— Rápido assim?
— Um chute matador. No queixo. Nocaute!
— Não acha melhor a gente cortar os cargos de segundo escalão?
— Claro. Eu tava só brincando. Força bruta, nem pensar.
— Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás.
— Se bem que...
— O quê?
— Esse Anderson... Na cola do Lupi e do Paulinho. Não é má ideia.
— Pra bater?
— Não, não. Seria desumano. Ninguém merece.
— Tem razão. Nem o Paulinho.
— Mas... Um chutezinho no queixo.
— Sem muita força.
— Sim, claro, de raspão.
E os dois concordaram que um chute no queixo do Lupi e do Paulinho –sem muita força, de rapão— faria um bem imenso ao governo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário