Fábio Mazzitelli - O Estado de S.Paulo
A polícia paulista informou ontem que vai proibir qualquer referência a maconha e outras drogas na Marcha da Liberdade - passeata programada para amanhã à tarde na região central da capital. O ato foi convocado durante a semana por meio de panfletos e redes sociais na internet, em reação à repressão policial à Marcha da Maconha, no sábado passado, proibida pelo Tribunal de Justiça (TJ) sob o argumento de apologia ao crime e incitação ao uso de drogas.
A nova marcha, segundo os organizadores, será "pacífica e festiva" e terá como proposta a ampla defesa do direito de liberdade de expressão. Devem participar do ato grupos como movimento negro, mulheres que defendem a legalização do aborto e ciclistas que lutam por mais espaço no trânsito da metrópole.
A organização espera reunir de 2 mil a 3 mil pessoas. Eles planejam sair do vão livre do Masp, na Avenida Paulista, e seguir até a Praça da República, passando pela Rua da Consolação. Ontem, comprometeram-se a ocupar apenas duas faixas das vias, sem bloqueá-las.
Em reunião que definiu o trajeto e o deslocamento da nova manifestação, realizada ontem na sede do 7.º Batalhão da Polícia Militar (PM), que cuida da região central da capital, tanto a PM quanto a Polícia Civil deram ênfase ao entendimento que referências a substâncias entorpecentes serão interpretadas como apologia ao crime ou incitação ao uso.
"Nenhuma referência dessas será permitida", afirmou a delegada Victória Guimarães, titular do 78.º DP (Jardins), durante a reunião. "Qualquer apologia fará com que adotemos as providências necessárias", disse o major Marcos Félix, coordenador do 7.º Batalhão da PM.
Segundo os policiais, cartazes e faixas que façam defesa da descriminalização ou legalização das drogas, em especial a maconha, e outras manifestações nesse sentido serão reprimidos - o material será recolhido e os responsáveis serão levados ao distrito policial da área.
Embora tenham garantido que a nova passeata "não é uma Marcha da Maconha repaginada", os representantes da manifestação encaram a defesa da descriminalização ou legalização das drogas como um ato de liberdade de expressão. "Esse entendimento (da polícia) é uma interpretação enviesada por um tabu e por uma censura", afirmou o advogado Raul Ferreira, representante dos organizadores. "Se pessoas forem presas durante a nova marcha, esperamos que a polícia não jogue bomba", disse.
Justiça. Antes da Marcha da Maconha de São Paulo, o juiz Davi Capelatto havia concedido habeas corpus preventivo a 17 integrantes do movimento, sob argumento que a liberdade de expressão está garantida na Constituição. O desembargador Teodomiro Mendez, do TJ, derrubou a decisão, interpretando o ato público como apologia às drogas, a pedido do promotor criminal Walter Tebet Filho.
3 comentários:
Gabi, lembra daquela figura cheia de trancinhas no cabelo, lá no vão do MASP?
Ela estava na 'marcha da maconha'...Eu a vi na TV...
Inacreditável ele não estar portando uma bandeira do PSTU, esses oportunistas, que estão em todas.
não foram esses mesmos idiotas que condenaram o bolsonaro por ele expressar a sua opinião. esse bando de maconheiros tem é muita fumaça e merda na cabeça.
Lembro, Joana!
Esse PSTU, é uma das desgraças do futuro.
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