MODERNO PELOURINHO

( Enviado pelo jornalista Franklin Jorge - Natal)

Por Henrique Avelino
O sistema de escravatura-moderno-mascarada em que 32 milhões de trabalhadores formais encontram-se atualmente no Brasil – sem contar com os trabalhadores informais – como mercadorias de um jogo muito bem conhecido por nós, onde a única regra existente é: gerar mais capital, não importa a forma, não importa quando, não importa como. Brada por um fim.

Acompanhamos com muito entusiasmo as manifestações trabalhistas em vários estados brasileiros, a luta de inumeráveis proletariados por melhorias salariais, e acima de tudo, por melhorias na qualidade de vida. Manifestações que impetram por realidades mais dignas.

É justo lembrar que o Ministério do Trabalho divulgou no dia 27 de maio deste ano, durante o lançamento da Campanha Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, que cerca de 20 mil brasileiros vivem em condições análogas a escravidão. Foi informado na mesma data que 40 mil trabalhadores foram resgatados de condições de trabalho escravistas nos últimos 15 anos. Excelente! Mas, e o restante da sociedade? E esses trabalhadores que não estão nas atividades subsidiárias em campos agrícolas, esses que estão aqui nas capitais, esses que estão nas ruas, que põe-se em greve, que clamam pelo mesmo resgate?

A escravatura-moderno-mascarada é uma realidade. Os escravos, segundo os livros de história brasileira, eram comprados como mercadorias conforme as condições físicas, habilidades profissionais, a idade, a procedência e o destino. Alguma semelhança com o mercado de trabalho atual pode ser alegado como mera coincidência. Porém, é fato que o passado e o presente sobrepõe-se, prova a exorbitante quantidade de comunidades quilombeiras (sindicatos).

A mais visivel demostração dessa nova modalidade de escravatura deu-se na sexta feira (3) onde bombeiros do Rio de Janeiro foram repreendidos, agredidos e presos após manifestação que pressionava das autoridades o aumento salarial da categoria. Só hoje, sete dias depois de ocorrido, os 439 bombeiros-escravos-pós-modernos presos na “senzala” foram liberados.

Sergio Cabral, governador do Estado do Rio de Janeiro, dono de terras e de escravos, justificou o ato alegando que não negocia com “vândalos” e “irresponsáveis. Recomendo então que o ministério do trabalho reveja o numero de trabalhadores que vivem em condições subumanas próximas da escravidão e passe a fazer um trabalho de reforço escolar para os chefes de Estado. Não custa nada lembrá-los que o açoite foi abolido em 1885 e que a lei Áurea foi sancionada em 1888.

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