Na semana passada, Dilma Rousseff proporcionou ao PR (Partido da República) uma experiência à Alfred Hitchcock.
O Ministério dos Transportes ficou parecido com aquela famosa hospedaria que tem Anthony Perkins na portaria.
No curto intervalo de quatro dias, Dilma produziu um roteiro no qual encenou o papel de Janet Leigh.
Entrou no chuveiro e mostrou a lamina ao grão-pêérre Alfredo Nascimento e Cia..
A cena fez correr um frio na espinha dos líderes das legendas que integram o consórcio governista.
Perguntavam-se uns aos outros: então, agora vai ser assim? Na primeira denúncia, a madame vai descer a faca?
Sobrevieram, no final de semana, notícias sobre a suposta intenção de Dilma de higienizar outros ministérios. A atmosfera de horror adensou-se.
Pois bem. Nesta segunda (11), Dilma guardou o facão na adaga. Nas pegadas da semana em que mordeu o PR, a presidente distribuiu assopros.
Mandou Ideli Salvatti, a ministra-chefe do balcão, agendar para esta quarta (13) um coquetel. Vai recepcionar no Alvorada os líderes partidários.
O pretexto é marcar o término do primeiro semestre legislativo. Na semana que vem, o Congresso mergulhará em recesso.
De resto, Dilma acarinhou seus “aliados” numa cerimônia de entrega do prêmio Anísio Teixeira, da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
Ao discursar, a presidente declarou que não endossa as notícias segunda as quais traria na alça de mira pelo menos cinco ministérios.
Embora os titulares das pastas estivessem ausentes, Dilma fez questão de cumprimentar Mário Negromonte (Cidades), Pedro Novais (Turismo)…
...Ana de Hollanda (Cultura), Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário) e Moreira Franco (Assuntos Estratégicos).
"Em vistas de notícias de que o governo não concorda com eles, [os ministros] merecem os meus cumprimentos".
Ou seja: até a próxima crise, a hospedaria de Psicose que os partidos começavam a enxergar no Planalto está fechada.
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