A punição drástica que coube a Erenice foi a de ter sido convidada e recebida com todas as honras, na posse da “presidenta” amiga.
Por Giulio Sanmartini - Prosa e Política
A imagem criada pelos camelôs do Palácio do Planalto, sobre a retidão e correção da presidente Dilma ao tratar com corrupção, nada mais é que a venda de produto falsificado em banquinha na calça . Os rugidos emitidos pela presidenta são como os de “leão de tapete”.
A desonestidade pessoal de Dilma Rousseff surgiu com o falso doutorado em seu currículo e está seguindo até agora, com um balaio de mentiras e um enxame de enganações.
Quando sua amiga e braço direito Erenice Guerra, sua substituta no ministério da Casa Civil durante a campanha eleitoral, viu-se constrangida a deixar sua pasta por ter sido denunciada como chefe de um lobby montado no Palácio do Planalto, que cobrava de empresários interessados em fazer negócios com o governo propina de 6%. Fato que tornou seu filho Israel Guerra um próspero consultor de negócios. Dilma inicialmente partiu em sua defesa: “Até hoje, ela tem a minha confiança.” E aproveitou para atacar os adversários: “Eu acho que estão buscando uma bala de prata contra a minha campanha. Sinto informar que não terão”.
Mas quando percebeu que essa posição estava pegando mal, ela mudou a toada: “Todas as denúncias têm de ser rigorosamente apuradas e investigadas. Acredito que as pessoas culpadas têm de ser drasticamente punidas.”
A punição drástica que coube a Erenice foi a de ter sido convidada e recebida com todas as honras, na posse da “presidenta” amiga.
Nesse sábado 23/7, o “Braço Direito” fez seu retorno à ribalta com toda a patifaria que tem direito.
Em novembro de 2006, a então secretária executiva da Casa Civil da Presidência da República, Erenice Guerra, recebeu uma carta com denúncias graves. A correspondência falava sobre como grandes empreiteiras pagavam propina aos dois últimos ministros dos Transportes, Anderson Adauto e Alfredo Nascimento, a políticos do PL e a diretores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) durante o primeiro governo Lula. Endereçada à então chefe de Erenice, a denúncia detalhava valores de obras, citava quem pagava e quem recebia dinheiro. Tudo muito semelhante ao esquema revelado no atual escândalo do Ministério dos Transportes.
Mas Erenice, depois de ler o conteúdo explosivo da carta, houve por bem dar-lhe um agravo de gaveta e explicou a dois funcionários da Secretaria de Controle Interno do Palácio (Ciset), órgão que fiscaliza a lisura dos contratos firmados pela Presidência. Que nada diria sobre o assunto para não criar problemas com a base governista no Congresso Nacional.
Na melhor das hipóteses Erenice foi irresponsável, pois se as acusações tivessem sido apuradas, boa parte da corrupção que esfacela o ministério dos Transportes e enfraquece o governo, teria sido evitada.
Erenice como amiga de Dilma, tem-se revelado “mui amiga”.
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