Fábio Pozzebom/ABr
Por Josias de Souza - Folha Online
De volta à boca do palco, Lula foi instado a comentar a sucessão de denúncias que converte o Ministério dos Transportes em escândalo.
O ex-soberano defendeu, veja você, a investigação dos malfeitos. Refutou a tese segundo a qual Dilma Rousseff aproveita a ocasião para higienizar a pasta.
"É importante lembrar que o ministro dos Transportes do ano passado [Paulo Sérgio Passos] é o companheiro que assumiu agora", disse.
Há outras coisas importantes a recordar. Mas Lula, como que acometido de amnésia, se absteve de mencioná-las. Convém refrescar-lhe a memória.
Paulo Passos virara ministro em 2010 porque o titular, Alfredo Nascimento, precisou disputar votos no Amazonas.
O PR mandou e, sobretudo, desmandou nos Transportes nos dois reinados de Lula. Dois oito anos, Nascimento foi ministro em seis.
Derrotado na disputa pelo governo amazonense, Nascimento foi devolvido à cadeira de ministro, agora sob Dilma, a pedido de Lula.
Junto com ele, mantiveram-se nas proximidades do cofre 'Pagôs', 'Valdemares' e outros azares. Súbito, o melado escorreu além do razoável.
Confrontada com o inacreditável, Dilma esforça-se para atingir o aceitável, livrando-se impensável.
Nesse contexto, as palavras de Lula –mais em defesa do legado indefensável do que da apuração— injetam na cena um quê de escárnio.
Vivo, Bussunda diria ao ex-soberano: “Fala sério!”
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