Ideli Salvatti pede ao PR que volte para a base aliada

VEJA - Online
Adriana Caitano

Três dias depois de o partido declarar independência, governo reage

A ministra Ideli Salvatti fez um apelo ao PR em nome da presidente Dilma

A aparente indiferença do governo federal em relação ao PR não durou muito. O partido vinha anunciando que poderia deixar a base há pelo menos um mês e em nenhum momento houve um pedido formal para que a intenção fosse revista. No entanto, três dias depois de a legenda oficializar que passaria a ser independente no Congresso Nacional, nesta sexta-feira, o Palácio do Planalto já corre atrás do prejuízo. O líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (PR-MG), ouviu da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, um pedido para que o partido volte para a base aliada.

A chamada para o encontro foi feita na quarta-feira. A conversa durou mais de uma hora e teve a participação também do vice-líder do governo, Luciano Castro (PR). Em seu gabinete no Planalto, a ministra fez um apelo emocional, em nome da presidente Dilma Rousseff. “Ela disse que nós sempre fomos companheiros de primeira hora, que sempre confiou no partido, que estamos há muitos anos juntos nesse projeto político e que não seria um bom momento para a gente deixar a base”, relata Portela. “Recebemos esse gesto com simpatia e muita honra, pois vemos que o partido tem importância para o governo."

A decisão, porém, não será baseada somente nos afagos ao ego da legenda. Portela diz que a solicitação será submetida aos demais parlamentares do PR e aos diretórios estaduais. “Não temos como sair da base numa semana e voltar na outra. Vamos levar o assunto para o partido, será o mesmo procedimento utilizado na decisão a independência”, afirma.

Saída - A independência do PR foi anunciada pelo presidente nacional do partido, senador e ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento. Em discurso no plenário do Senado, ele disse que o PR não aceitaria ser tratado como um aliado de pouca importância ou um partido fisiológico. "No momento em que as condições de respeito e apoio não estão mais presentes na relação com o governo, é porque chegou a hora da independência", declarou.

Apesar disso, a legenda disse que manteria um "apoio crítico" ao governo e deixaria à disposição da presidente Dilma Rousseff os cargos que detém, sem, no entanto, abandoná-los voluntariamente. Ainda que os líderes neguem oficialmente, um dos motivos que levou a legenda a deixar a base foi a demora do governo em liberar verbas das emendas parlamentares, que tem irritado também petistas e peemedebistas.

Mas o ponto que mais pesou na decisão do PR foi a faxina promovida por Dilma no Ministério dos Transportes e no Dnit, que eram comandados pelo partido. Reportagem de VEJA mostrou que os órgãos serviam de balcão de negócios para a distribuição de propinas referentes a obras.

Um comentário:

Anônimo disse...

a pressão valeu a pena, ô turma de ladrões.
a ideloca já acertou a contas do dinheiro desvidado da rede 13 juntamente com a filha bastarda lurian, ô gente sem escrupulos.


cusp... cusp... cusp...