UM HOMEM FRANCO E HONESTO
Ralph J. Hofmann - Prosa e Política
Quantas vezes alguém lhe diz, “falando francamente”, ou “eu honestamente acho …” e realmente fala francamente ou honestamente?
Quantas vezes alguém sobe num pódio ou está num programa de entrevistas na TV e realmente fala o que pensa?
Não devem ser muitas. Aliás se desonestidade falta de franqueza causassem alergia viveríamos à base de antialérgicos.
Pois dia 12 de julho, muito desenxavidamente, muito discretamente a Mesa Diretora da Câmara livrou o deputado Jair Bolsonaro de responder a processo por quebra de decoro parlamentar. A decisão foi tomada na última semana do primeiro semestre legislativo, e evitou-se dar qualquer publicidade a ela. Por unanimidade, a Mesa resolveu absolver o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) da acusação de abusar das prerrogativas de parlamentar ao disseminar preconceito e estimular violência com declarações contra negros e homossexuais.
Seria o cúmulo da hipocrisia levar isto adiante. Todos que prestaram atenção na resposta de Bolsonaro a Preta Gil repararam que ela perguntou algo pensando na sua cor e que o inquirido ao responder estava pensando nas freqüentes declarações da pseudo-cantora de que tem uma vida sexual permissiva e sem compromissos tendo até no palco divulgado quais posições permite aos seus parceiros, num espetáculo que mais do que pornográfico é, francamente, embaraçoso, especialmente quando envolve a presença em cena do pai ex-ministro da República. .
Bolsonaro freqüentemente tem falado dos comandados e companheiros com quem conviveu na tropa quando oficial e do fato de serem companheiros de farda aos quais não se olha o matiz da pele. Tem esclarecido que esta discriminação não tem espaço dentro do universo de uma organização que tem tarefas a realizar e cujos membros, para tanto, precisam estar afinados.
Portanto a celeuma era realmente uma tentativa de desprestigiar através do mote do racismo quem talvez seja o único deputado do Brasil que vai ao pódio e diz o que realmente pensa sobre qualquer assunto. Um homem que tem logrado se reeleger baseado em pontos de vista pouco apreciados dentro da lavagem cerebral que o eleitorado tem sofrido mas que representa as posições de seu eleitorado específico.
Bolsonaro tem uma falta de diplomacia que eu normalmente deploraria, não fosse o fato de que creio que ele está cumprindo um dever assim como quando oficial do exército cumpria o seu dever quando obedecia ordens de seus superiores.
Eleito por milhares de eleitores ele os representa, são eles que lhe dão as ordens, já que foi eleito para representar seus pontos de vista.
Portanto tem o dever de batalhar pela posição de seu eleitorado, e não pôr panos quentes.
Falta decoro parlamentar realmente a quem o critica pessoalmente pelas suas posições. No Brasil estamos viciados em unanimidade. A unanimidade está destruindo o país. Foi cooptada por aproveitadores.
Se o deputado Jean Wilys pode defender a posição dos homosexuais por que Bolsonaro não pode chamar atenção de que as regras estão chegando às raias da heterofobia sem ser quase agredido nos corredores do congresso por quem discorda dele?
No íntimo muitos membros da câmara concordam com Bolsonaro neste tocante só não têm coragem de se manifestar. Provavelmente a maioria de seus eleitores concordam com Bolsonaro mas também se sentem intimidados.
O mesmo ocorre em torno das maracutaias que Bolsonaro denuncia. A maioria dos eleitores que não são beneficiários de programas assistenciais não têm dúvida de que Bolsonaro está dizendo a verdade.
O que falta no Brasil são mais uns 300 deputados que digam francamente o que estão fazendo no parlamento em lugar de passar 48 meses evitando se indispor com este ou aquele grupo
Um comentário:
se fosse eleitor no rj, votaria em jair bolsonaro.
agora, se ele for candidato a presidente terá meu voto.
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