Churchill, Thatcher, Koll ou Reagan não tiveram filme em vida para relater sua “modesta obra”. Já Lula e Marina Silva…



A imodéstia dos “heróis brasileiros” é realmente uma coisa espantosa. Imaginem: já existia cinema ao fim da Segunda Guerra, como vocês sabem. Não ocorreu a ninguém fazer um filme sobre a vida de Churchill, não com ele vivo ao menos. Helmut Kohl foi fundamental na reunificação alemã. Nada de filme. Margareth Thatcher tirou a Grã-Bretanha de uma estagnação que já estava se tornando histórica. Ninguém quis saber da trajetória daquela filha de operários. No cinema, Ronald Reagan, que mudou a economia dos EUA e do mundo e pôs fim, com Gorbachev, à Guerra Fria, não mereceu, nem da indústria hullywoodiana, uma biografia de exaltação. Contentou-se com os filmes B que protagonizou como ator.

Mas Lula, Ah, Lula… Ele não venceu uma guerra, não reunificou um país, não inaugurou uma nova era da economia nem pôs fim à Guerra Fria. Mas já ganhou um filme hagiográfico. Em vida! Naufragou. Marina Silva ficou com inveja. Ela também terá o seu. Leiam o que informa a Folha Online (íntegra aqui). Volto depois.
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Atriz de “Cordel Encantado” vai viver Marina Silva no cinema

A atriz Lucy Ramos, que interpretou a cozinheira Maria Cesária na novela “Cordel Encantado”, da TV Globo, foi escolhida para interpretar a ex-senadora Marina Silva (sem partido) no cinema. Dirigido pela cineasta Sandra Werneck, o filme será baseado no livro “Marina - A vida por uma causa”, de Marília de Camargo César. O filme contará a história da vida de Marina desde sua infância, nos seringais, passando por fatos marcantes da trajetória pessoal e política da ex-ministra do Meio Ambiente, que foi candidata à Presidência da República pelo PV no ano passado e conquistou quase 20 milhões de votos.
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Voltei
O filme deve ser lançado em 2013, um ano antes da eleição presidencial, a que Marina deve concorrer por um partido qualquer — isso é irrelevante. Esse personalismo é feio só nos outros políticos. Em Marina, é poesia! No caso de Lula, vá lá, a obra, ainda que escandalosamente menor do que ele mesmo anuncia, precedeu o filme.

Marina consegue ser ainda mais arrogante. O filme virá antes de obra, se obra houver. E acreditem: a sua vida no cinema tende a fazer um pouco mais de sucesso do que a de Lula. A razão é simples: embora Marina seja, muito provavelmente, a personagem pública mais arrogante da política brasileira, ela sabe fingir modéstia, coisa que ele não consegue.

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