O antropólogo Roberto DaMatta (75), por 20 anos foi professor na Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos. Há 8 anos voltou para o Brasil, mais precisamente para sua cidade natal, Niterói (RJ), onde dá aulas na PUC do Rio de Janeiro, ele tornou-se pelos seus estudos, um especialista em decifrar o comportamento dos brasileiros.
Perguntado numa entrevista, qual é a parcela de culpa do PT nos altos níveis de corrupção no Brasil? Dá uma resposta simples, mas precisa: “Na era petista, essa praga que toma o Estado brasileiro disseminou-se à vontade, a ponto de a população indignar-se e ir às ruas protestar.
Assim que chegou ao poder, o partido enterrou de vez o ideal de pureza do qual tinha o monopólio. Para pôr de pé seu projeto, aderiu às piores práticas do velho clientelismo: troca de favores, cargos e dinheiro. Desse modo, conseguiu formar a Arca de Noé que é a coalizão na qual se apoia hoje e que lhe confere tanta força. Também deixou vago o espaço de uma oposição rigorosa, intolerante e dura, que deveria agora estar fiscalizando a farra no Estado. É preciso lembrar àqueles que mandam na corte de Brasília que a máquina pública não é um veículo de enriquecimento e de aristocratização de seus funcionários. Veja o descalabro que é a evolução do patrimônio dos políticos brasileiros. Sua fortuna cresce a velocidade comparável apenas ao ritmo que embalou os barões de estradas de ferro nos Estados Unidos do século XIX. Algo está muito errado”.
E vai mais adiante dizendo que uma das causas que grã a corrupção é que “sobra dinheiro e falta vigilância”
Sobre as bases que criaram esse monstro ele afirma: “Temos um modelo de Estado generoso, condescendente e que faz vista grossa aos pecadilhos de seus altos funcionários em detrimento do mérito e da eficiência. Ou seja: é um verdadeiro pai, mas apenas para quem se encastela na máquina e para os que orbitam ao seu redor. Ali impera a lógica dos privilégios e dos favores, como se fosse a extensão da própria casa daqueles que estão sob suas asas. Com o PT, o parentesco obedece à proximidade ideológica. O Estado brasileiro usa as leis para manter os maus costumes”.
E diz o que se faz necessário: “É vital inverter essa lógica perversa”.
É isso aí, o Brasil está acordando com o movimento apartidário contra a corrupção e começam-se a ver reações positivas nos três poderes, que o PT permitiu que apodrecessem nas próprias árvores..
Nenhum comentário:
Postar um comentário